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Cidades

MS avança e mais de 34 mil famílias deixam de viver com insegurança alimentar

Número de domicílios com acesso à alimentação adequada sobe para 81,5% e Estado tem a 6ª melhor taxa do país

Por Jhefferson Gamarra | 10/10/2025 18:17
MS avança e mais de 34 mil famílias deixam de viver com insegurança alimentar
Pessoa servindo marmitex em restaurante da Capital (Foto: Marcos Maluf/Arquivo)

Mato Grosso do Sul apresentou um avanço expressivo no combate à insegurança alimentar em 2024. Dados divulgados nesta quinta-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), por meio da PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) – Segurança Alimentar 2024, mostram que mais de 34 mil domicílios sul-mato-grossenses deixaram a situação de vulnerabilidade alimentar no último ano.

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Mato Grosso do Sul registrou avanço significativo no combate à insegurança alimentar em 2024, com mais de 34 mil domicílios deixando a situação de vulnerabilidade alimentar. Segundo dados do IBGE, 81,5% dos lares do estado, aproximadamente 840 mil domicílios, encontram-se em condição de segurança alimentar, um aumento de 3,8 pontos percentuais em relação a 2023. O estado ocupa a sexta posição nacional em proporção de domicílios com segurança alimentar e a oitava menor taxa de insegurança alimentar grave do Brasil. Apesar dos avanços, cerca de 190 mil domicílios sul-mato-grossenses ainda enfrentam algum grau de insegurança alimentar, sendo 25 mil em situação grave.

De acordo com o levantamento, 81,5% dos lares do estado, cerca de 840 mil domicílios, estavam em condição de segurança alimentar no ano passado, ou seja, com acesso regular a alimentos em quantidade e qualidade adequadas. Em 2023, o índice era de 78,3% (804 mil domicílios). O aumento de 3,8 pontos percentuais coloca Mato Grosso do Sul com a sexta maior proporção de domicílios em segurança alimentar no país, subindo uma posição no ranking nacional.

Santa Catarina lidera com 90,6%, seguida por Espírito Santo (86,5%) e Paraná (85,4%). Na outra ponta, os piores resultados foram observados no Pará (55,4%) e em Roraima (56,4%).

O estudo revela que a proporção de domicílios de Mato Grosso do Sul com algum grau de insegurança alimentar caiu de 21,7% em 2023 para 18,5% em 2024, o que representa uma redução de mais de 24 mil famílias nessa condição.

Os resultados são classificados conforme a EBIA (Escala Brasileira de Insegurança Alimentar), que mede três níveis de gravidade: leve, moderado e grave.

  • Insegurança leve: 13,1% dos domicílios precisaram reduzir a qualidade dos alimentos, sem diminuir a quantidade. Em 2023, o índice era de 15,1%.
  • Insegurança moderada: 3,0% das famílias tiveram de diminuir a quantidade de alimentos disponíveis. No ano anterior, eram 4%.
  • Insegurança grave: 2,4% dos domicílios (cerca de 25 mil) enfrentaram privação alimentar severa, inclusive entre crianças — ligeira queda em relação aos 2,6% de 2023.

Com esse desempenho, o estado ocupa agora a 8ª menor taxa de insegurança alimentar grave do Brasil. Santa Catarina tem a menor (1,4%) e o Amapá, a maior (9,3%).

O IBGE estima que Mato Grosso do Sul tenha 1,03 milhão de domicílios. O aumento da proporção de famílias com acesso garantido à alimentação indica um avanço consistente, alinhado à tendência nacional: segundo o instituto, mais de 2 milhões de lares brasileiros saíram da insegurança alimentar em 2024.

Embora os números sejam positivos, o levantamento aponta que ainda há 190 mil domicílios sul-mato-grossenses em alguma situação de insegurança alimentar. Desses, cerca de 25 mil convivem com escassez severa, afetando até mesmo a alimentação das crianças.

A redução mais acentuada se deu entre as famílias que antes estavam na insegurança leve, o que pode estar relacionado à melhora gradual da renda e à desaceleração da inflação dos alimentos observada ao longo de 2024.

Na comparação com os estados do Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul apresenta o segundo melhor desempenho, atrás apenas de Goiás (82,3%). Mato Grosso registrou 79,9% de segurança alimentar e o Distrito Federal, 83,1%.

A melhoria nos indicadores coloca o estado em posição de destaque regional e reforça o papel de políticas de transferência de renda, valorização do salário mínimo e expansão do mercado de trabalho formal na recuperação da capacidade de consumo das famílias.