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Cidades

Professor classifica como "inacreditável" concurso do MP que reprovou todo mundo

Rafael Maia afirma que há precedentes raríssimos semelhantes e que situação é "quase impossível"

Por Lucas Mamédio e Ketlen Gomes | 04/06/2025 15:51
Professor classifica como "inacreditável" concurso do MP que reprovou todo mundo
Fachada da sede do MPMS no Parque dos Poderes em Campo Grande (Foto: Arquivo)

Nenhum candidato aprovado. O resultado da segunda fase do concurso para promotor de Justiça substituto do Ministério Público de Mato Grosso do Sul segue repercutindo entre candidatos e especialistas em formação para carreiras jurídicas. O professor Rafael Maia, que há anos atua na preparação de alunos para concursos de magistratura e Ministério Público, classificou a situação como “raríssima” e “quase impossível”.

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O concurso para promotor de Justiça substituto do Ministério Público de Mato Grosso do Sul teve resultado surpreendente: nenhum dos 200 candidatos que chegaram à fase discursiva foi aprovado. A maior nota obtida foi 5,95, abaixo da média mínima de 6 pontos necessária para aprovação. O professor Rafael Maia, especialista em preparação para carreiras jurídicas, classificou o resultado como "raríssimo" e sugere possível excesso de rigor na correção. O concurso, organizado pela Fapec ao custo de R$ 496 mil, oferecia 10 vagas com salário inicial de R$ 32,2 mil. Os candidatos podem recorrer do resultado entre 9 e 13 de junho.

“Soube da situação a partir de uma mensagem de candidato que estava no concurso, que, assim como os demais, foi reprovado. Depois, outro me falou. Em seguida, o assunto tomou conta das redes sociais, e mais gente foi confirmando”, relatou.

O edital com o resultado foi publicado nesta terça-feira (4) e confirmou que nenhum dos cerca de 200 candidatos que chegaram à etapa discursiva obteve a média mínima de 6 para seguir no certame. O melhor desempenho foi de 5,95.

Excesso de rigor - Para Rafael, que tem 36 anos e já foi aprovado em concursos de juiz, promotor, defensor e analista, a eliminação de todos aponta para critérios de correção possivelmente severos demais.

“É quase impossível que ninguém tenha alcançado a nota. Tem muito candidato preparado fazendo concurso de MP. Com certeza, ali havia muitos com condições de serem aprovados. Ainda não foram divulgadas as provas nem os espelhos de correção, mas, muito possivelmente, foi excesso de rigor dos examinadores”, afirmou.

O professor leciona no Curso Mege, especializado em carreiras jurídicas. Segundo ele, situações como essa são extremamente raras. “Nos últimos 15 anos, só me lembro de algo parecido no concurso de promotor da Paraíba, em 2010, em que ninguém passou da primeira fase. Como agora, gerou muita repercussão”, completou.

Próximos passos - Conforme o edital, os candidatos poderão entrar com recurso entre os dias 9 e 13 de junho. Para Rafael, essa é a única alternativa imediata.

“Acredito que acolherão recursos, mas não muitos, especialmente porque o MPMS não tem tradição de ter lista extensa de aprovados”, afirmou.

O concurso foi organizado pela Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) ao custo de R$ 496 mil, sem licitação. Foram abertas 10 vagas com salário inicial de R$ 32,2 mil. Cerca de 2 mil candidatos se inscreveram e apenas 10% chegaram à segunda fase.

A Fapec foi procurada pela reportagem, mas ainda não se manifestou.

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