Sete meses após acidente em Vinhedo, Anac suspende operação aérea da Voepass
Atualmente, a empresa operava em 15 cidades com voos comerciais e duas com contratos de fretamento
A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) suspendeu, nesta terça-feira (11), a operação aérea da Voepass, formada pela Passaredo Transportes Aéreos e pela MAP Linhas Aéreas. A determinação foi anunciada sete meses após a queda de um avião da empresa em Vinhedo (SP).
RESUMO
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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu as operações aéreas da Voepass nesta terça-feira (11), sete meses após o acidente fatal em Vinhedo (SP) que vitimou 62 pessoas. A medida cautelar foi tomada após a empresa não conseguir solucionar irregularidades identificadas durante o período de supervisão especial. A Voepass, que opera em 15 cidades com voos comerciais e em duas com fretamento, deverá manter suas atividades suspensas até comprovar a correção das não conformidades. A agência apontou degradação na eficiência do sistema de gestão e descumprimento sistemático das exigências, incluindo falhas no plano de ações corretivas. Passageiros com bilhetes devem buscar reembolso ou reacomodação junto à empresa ou agências de viagem.
Conforme a Anac, durante a supervisão da empresa, foram encontradas irregularidades que a Voepass não conseguiu solucionar. Também foram localizadas violações das “condicionantes estabelecidas anteriormente para a continuidade da operação dentro dos padrões de segurança exigidos”.
Segundo informado, a medida foi determinada em caráter cautelar e valerá até que a empresa comprove a correção de não conformidades relacionadas aos sistemas de gestão previstos nos regulamentos.
Atualmente, a Voepass opera em 15 cidades com voos comerciais e em duas cidades por meio de contratos de fretamento. Os passageiros que compraram passagens com a empresa deverão procurar a Voepass ou a agência de viagens responsável pela venda do bilhete para solicitar o reembolso ou a reacomodação em outras companhias.
Histórico - O avião ATR 72-500 da Voepass realizava o voo 2283 quando caiu em um condomínio de chácaras em Vinhedo. Havia 62 pessoas a bordo – 58 passageiros e 4 tripulantes. Ninguém sobreviveu.
Após o acidente, a Anac implementou uma operação assistida de fiscalização na Voepass. Os servidores da agência estavam presentes nas bases de operação e manutenção da empresa, verificando as condições necessárias para garantir um nível adequado de segurança nas operações.
“Em outubro de 2024, foram exigidas pela Anac medidas como redução da malha, aumento do tempo de solo das aeronaves para manutenção, troca de administradores e execução do plano de ações para corrigir as irregularidades. No final de fevereiro de 2025, após uma nova rodada de auditorias, foi identificada uma degradação na eficiência do sistema de gestão da empresa em relação às atividades monitoradas e o descumprimento sistemático das exigências feitas pela Agência”, explicou a Anac.
Durante esse período, também foram constatadas reincidências de irregularidades que haviam sido consideradas sanadas pela agência. Entre elas, destaca-se a falta de efetividade do plano de ações corretivas.
“Ocorreu, assim, uma quebra de confiança em relação aos processos internos da empresa, devido a evidências de que os sistemas da Voepass perderam a capacidade de identificar e corrigir riscos na operação aérea.”
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