Santa Casa confirma desassistência e idoso ficou 4 dias no pronto-socorro
"Se for para deixar ele morrer, pelo menos quero levar ele para casa", desabafa esposa
"Se for para deixar ele morrer, pelo menos quero levar ele para casa", desabafa a autônoma Maria Cristina Mariano, de 55 anos, que veio de Três Lagoas para Campo Grande com a esperança de que o marido, Sidney Aparecido de Lima, 60 anos, recebesse o tratamento necessário para uma infecção grave nos ossos.
No entanto, do sábado (8), quando chegou à Santa Casa, até o início da noite desta terça-feira (11), ele ficou no pronto-socorro, sem vaga para internação. O hospital disse que enfrenta uma grave crise financeira e que não consegue manter a assistência adequada.
Esse caso foi sugerido por leitor que enviou mensagem pelo canal Direto das Ruas.
Sidney foi internado no dia 12 de fevereiro no Hospital Auxiliadora, em Três Lagoas, com suspeita de infecção urinária. Com o agravamento do quadro e a necessidade de um neurocirurgião especializado, foi encaminhado para a Santa Casa de Campo Grande.
No entanto, quatro dias após a transferência, ele ainda não foi levado para um quarto e continua sem o atendimento adequado. Maria Cristina reclama da falta de assistência e diz que, desde a chegada do marido, tem buscado informações e ajuda, mas sem sucesso.
"São quatro dias sem banho, ninguém dá banho nele. Aqui não tem água, só tenho onde sentar porque trouxe uma cadeira de praia. Eu não quero nada além de que ele seja tratado com humanidade, quero saber o que está acontecendo. Já perguntei a previsão para a cirurgia, para ir para o quarto, e nada", conta.
Maria conta que, antes da transferência, foi informada de que o caso de Sidney poderia exigir cirurgia, o que a deixou ainda mais angustiada com a falta de atendimento adequado.
"Eu queria pelo menos ser informada sobre a situação do meu marido. Do jeito que está, é desumano. Mesmo que a cirurgia não seja agora, preciso saber. Em Três Lagoas, ele estava fazendo o mesmo tratamento, disseram que tinha vaga aqui."
Posicionamento do hospital - Questionada, a Santa Casa de Campo Grande informou que não há previsão de leito de enfermaria para o paciente.
Em nota, o hospital afirmou que enfrenta uma grave crise financeira devido a um contrato deficitário com o município. Segundo a instituição, o atendimento a pacientes de alta complexidade de diversas cidades do Estado tem elevado os custos e contribuído para o desabastecimento de insumos.
Por fim, a Santa Casa destacou a dificuldade em manter o fornecimento de materiais, medicamentos e assistência adequada sem o devido apoio governamental.
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