Antes do Ano-Novo, fogos ferem cachorra e tutora pede consciência
Em pânico, animal quebrou janela, sofreu ferimentos graves e foi internado
Na noite de terça-feira (30), sem sequer chegar o Ano-Novo, o medo provocado por fogos de artifício quase terminou em tragédia na Vila Nasser, em Campo Grande. A cachorra Hope, que tem pânico de estampidos, quebrou o vidro da janela da cozinha para tentar se esconder dentro de casa e acabou sofrendo ferimentos graves por todo o corpo, incluindo uma das patas, onde o osso chegou a ficar exposto. Esse caso foi sugerido por leitor que enviou mensagem através das redes sociais. Também é possível entrar em contato pelo canal Direto das Ruas.
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O caso aconteceu após a explosão de um rojão no bairro. Ao chegar do trabalho, a tutora, a biomédica Bianca Pereira Dias, encontrou a casa com marcas de sangue espalhadas e a cadela gravemente machucada. Hope precisou ser internada, perdeu bastante sangue e passou por várias suturas. Ela segue sob cuidados veterinários e deve receber alta no fim da tarde desta quarta-feira (31).
“Pela cena, eu achei que ia encontrar ela morta quando abri a porta. A gente nunca sabe o que vai encontrar. Financeiro a gente corre atrás para recuperar, mas uma vida não volta”, relatou Bianca.
Medo antigo e crises recorrentes - Segundo a tutora, Hope sempre teve medo intenso de fogos, mas esta foi a situação mais grave já vivida pela família. Dias antes, durante a final de um jogo de futebol, os fogos também provocaram um surto. Na ocasião, a cadela tentou entrar na casa pela janela da cozinha, quebrou o tanque, a torneira e deixou o local alagado.
Com receio de que ela se machucasse, a janela chegou a ser trancada. Mesmo assim, na noite de terça-feira, o desespero falou mais alto. “Ela perde completamente o senso. Não escuta, não responde, é como se tudo fosse abafado e só o desespero ficasse”, descreveu.
Além dos cortes profundos nas patas, Hope sofreu ferimentos pelo corpo e permanece bastante agitada. Para a noite de Réveillon, Bianca tenta alternativas para protegê-la, incluindo medicação com efeito sedativo e até a possibilidade de deixá-la sob observação, já que os fogos começaram a ser ouvidos desde cedo na região.

Lei existe, mas problema se repete - Campo Grande tem lei municipal que proíbe o uso de fogos de artifício com estampido, ou seja, aqueles que produzem barulho intenso. A norma foi criada para reduzir impactos à saúde pública e ao bem-estar animal.
A legislação também considera os efeitos negativos para crianças, idosos, pessoas hospitalizadas e pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista), que sofrem com estímulos sonoros excessivos. O descumprimento pode gerar multa, mas moradores relatam que a fiscalização ainda é falha, especialmente em datas comemorativas.
“É um ato proibido, mas as pessoas não estão nem aí. Não tem fiscalização e nada muda. Ano após ano, a gente vê os mesmos casos acontecendo”, desabafou Bianca.
Alerta às vésperas do Ano-Novo - O caso de Hope expõe uma situação recorrente nesta época do ano. Nas redes sociais, Bianca compartilhou o relato do estado da casa e da cadela após o ocorrido. “Não acho justo alguém tão inocente viver a dor causada por pessoas completamente irresponsáveis. Fogos machucam e muito seres indefesos”, escreveu.
Ela reforça que o apelo vai além da causa animal. “Não são só eles. Tem crianças, idosos, pessoas autistas que sofrem do mesmo jeito. O mínimo é respeito e responsabilidade com o próximo. Ontem foi a Hope, amanhã pode ser outra vida.”
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