Vacina contra dengue segue para crianças no SUS e “difícil” na rede particular
SUS oferece a vacina Qdenga para crianças de 10 a 14 anos; na rede particular valor ultrapassa R$ 350
A cada verão, Mato Grosso do Sul e outras regiões do Brasil enfrentam um aumento considerável nos casos de dengue devido ao clima quente e à alta incidência de chuvas. Esses fatores intensificam a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Para combater a dengue, o SUS (Sistema Único de Saúde) oferece a vacina Qdenga, que, em 2025, continuará sendo destinada a um público específico, com doses limitadas para o setor privado.
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A cada verão, Mato Grosso do Sul e outras regiões do Brasil enfrentam um aumento nos casos de dengue devido ao clima quente e à alta incidência de chuvas, que favorecem a proliferação do mosquito Aedes aegypti. O SUS oferece a vacina Qdenga, destinada principalmente a crianças de 10 a 14 anos, com 9,5 milhões de doses adquiridas até agora. Em 2024, o estado registrou 16.229 casos confirmados de dengue e 32 óbitos, levando a um investimento de R$ 1,5 bilhão para controle da doença. A vacinação e medidas preventivas são essenciais para enfrentar a epidemia e reduzir os danos causados pela dengue durante os meses de calor.
Durante o verão, o aumento da temperatura e das chuvas cria um ambiente propício para o crescimento da população de mosquitos. O Aedes aegypti passa por um ciclo de vida curto, de 7 a 10 dias, o que acelera sua proliferação quando as condições ambientais são favoráveis. Para evitar a propagação do mosquito, é fundamental que os moradores adotem medidas preventivas, como a limpeza de quintais, vedação de caixas d'água e a eliminação de focos de água parada.
Em 2025, a vacinação contra a dengue continua a ser uma das principais estratégias de prevenção, especialmente durante os meses de calor. No entanto, o SUS oferece a vacina Qdenga para crianças de 10 a 14 anos. A faixa etária foi definida com base em orientações da OMS (Organização Mundial da Saúde), que identificou esse grupo como de maior risco de hospitalização devido à dengue.
Desde o início da campanha de imunização, o Ministério da Saúde adquiriu 9,5 milhões de doses da vacina Qdenga, distribuindo 6.370.955 doses para os estados brasileiros, com 3.710.222 doses aplicadas em 1.921 municípios. No entanto, o Ministério não prevê a ampliação da faixa etária do público-alvo devido à capacidade limitada de produção da vacina. Além disso, é necessário garantir a segunda dose para aqueles que já iniciaram a vacinação.
A vacina está disponível também na rede particular, com preços que variam entre R$ 350 e R$ 490 por dose. Contudo, as doses para o setor privado são limitadas, já que a prioridade é o atendimento pelo SUS. A Takeda, fabricante da vacina, mantém um estoque de segurança para atender à demanda do setor público e garantir a segunda dose para quem começou a imunização na rede privada.
A bula da vacina Qdenga, aprovada pela Anvisa, permite o uso para pessoas entre 4 e 59 anos. No entanto, não há estudos específicos para pessoas com 60 anos ou mais, o que pode reduzir a eficácia para esse público devido ao envelhecimento do sistema imunológico. Apesar disso, um médico pode prescrever a vacina para pacientes acima dessa faixa etária, embora seja uma indicação fora da bula, o que traz incertezas quanto à segurança e eficácia.
A vacina é contraindicada para gestantes, lactantes, pessoas imunodeprimidas e indivíduos com alergia grave a algum componente da fórmula. Aqueles que apresentarem reações adversas após a primeira dose não devem completar o esquema vacinal.
Em 2024, Mato Grosso do Sul enfrentou um cenário preocupante em relação à dengue. Foram registrados 16.229 casos confirmados e 32 óbitos, o que representa uma letalidade de 0,20% e uma mortalidade de 1,16 por 100 mil habitantes. Para combater o avanço da doença, o Estado recebeu 207.796 doses da vacina e já aplicou 121.368 delas em parceria com as secretarias municipais de saúde.
O Ministério da Saúde, como parte do Plano de Ação 2024/2025, investiu R$ 1,5 bilhão no controle da dengue. Esse valor, 50% maior do que o do ciclo anterior, será utilizado em ações como o uso de novas tecnologias, ampliação de insumos laboratoriais e distribuição de inseticidas e biolarvicidas. A proposta do governo é reduzir os impactos da dengue e outras arboviroses para os próximos períodos sazonais.
A vacinação contra a dengue em 2025 continuará focada em crianças entre 10 e 14 anos no SUS. A vacina Qdenga também estará disponível para a população em geral na rede particular, mas com doses limitadas. Dada a alta incidência de casos no verão, a prevenção, por meio de medidas contra a proliferação do mosquito e da vacinação, será fundamental para enfrentar a epidemia e reduzir os danos causados pela doença.