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Cidades

Vacina da dengue produzida pelo Instituto Butantan tem eficácia de 79%

Laboratório planeja pedir licença ao governo federal no segundo semestre

Por Gustavo Bonotto | 31/01/2024 21:48
Fracos do imunizante brasileiro, fabricado em São Paulo (SP). (Foto: Reprodução/Instituto Butantan)
Fracos do imunizante brasileiro, fabricado em São Paulo (SP). (Foto: Reprodução/Instituto Butantan)

A vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan teve sua eficácia confirmada em artigo publicado nesta quarta-feira (31), pela revista científica England Journal of Medicine. No texto, pesquisadores descrevem eficácia de 79,6%, similar à da vacina Qdenga (80,2%), que será oferecida no Sistema Único de Saúde, a partir de fevereiro.

A eficácia da vacina foi avaliada, separadamente, de acordo com a exposição prévia ao vírus da dengue. Em pessoas que contraíram a doença antes do estudo, a proteção foi de 89,2%. Já naqueles que nunca tiveram contato com o vírus, a eficácia foi de 73,5%.

Os dados são de um acompanhamento de dois anos com mais de 16 mil indivíduos de todo o Brasil. Durante esse período, não foi reportado nenhum caso grave de dengue nos participantes.

O estudo também avaliou a frequência de reações adversas até 21 dias após a vacinação. Das mais de 10 mil pessoas que receberam o imunizante, apenas três (menos de 0,1%) apresentaram eventos adversos graves, e todos se recuperaram totalmente. A frequência de eventos adversos foi semelhante entre as três faixas etárias (2-6, 7-17 e 18-59 anos).

Em andamento desde 2016, a elaboração do imunizante envolve 16.235 voluntários de 2 a 59 anos, avaliados por 16 centros de pesquisa de diferentes regiões do país. O imunizante foi administrado em 10.259 pessoas, em dose única, e o restante recebeu placebo.

Licença - A expectativa sobre um eventual registro da vacina do instituto é grande porque o produto tem eficácia semelhante à do imunizante da farmacêutica japonesa Takeda, mas com algumas vantagens: é administrada em dose única e teria um custo menor por ser produzida em território nacional.

“A gente ainda tem muita tarefa dentro de casa até terminar o dossiê completo. O nosso prazo é o segundo semestre e a gente tem um alvo que é setembro, mas a gente tem que encarar isso com muita humildade porque, às vezes, precisamos repetir algumas análises, então esse alvo pode ser móvel, mas a gente está trabalhando para tentar antecipar”, destacou o infectologista Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan e investigador principal do estudo.

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