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Cidades

"Não adianta polícia no morro se fronteira estiver aberta", diz Reinaldo

Anny Malagolini e Ricardo Campos Jr | 19/08/2016 17:16
Governador Reinaldo Azambuja, durante Fórum em Bonito (Foto: Marcos Ermínio)
Governador Reinaldo Azambuja, durante Fórum em Bonito (Foto: Marcos Ermínio)

Para o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), o fim do crime organizado em grandes centros do país, como Rio de Janeiro e São Paulo, podem estar longe do fim, se a União não cuidar das fronteiras brasileiras. Sem ações efetivas para combater o tráfico de drogas e de armas, o caminho deve continuar livre para criminosos agirem. 

Durante encontro do bloco de governadores da região central do país, nesta sexta-feira (19), em Bonito, os chefes do executivo dos Estados de Rondônia e Goiás discutiram o assunto, e concluíram que a ineficiência do governo federal mantém aberta a porta ao tráfico internacional.

“Não adianta fazer o combate ao tráfico de armas e drogas e ao crime organizado lá no morro do Rio de janeiro ou em São Paulo e nos grandes centros, sendo que nós sabemos que o Brasil não é produtor de maconha e nem de cocaína. Esses produtos vem de outros países, e a fronteira do Brasil está desguarnecida”, avaliou Reinaldo Azambuja.

De acordo com o governador, a falta de segurança na faixa de fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia, em Mato Grosso do Sul, é de responsabilidade do governo federal, mas sem enfrentamento, não chegará ao fim. O Estado é reconhecido como uma das principais rotas do tráfico do país, por estar localizado na faixa de fronteiras entre Brasil, Paraguai e Bolívia; são mais de 1,3 mil quilômetros de extensão.

Para o governador do Estado de Rondônia, Confúncio Moura, a culpa dos problemas relativos à fronteira são do governo federal, que não feito sua parte. “Os Estados têm investido em Polícia e em operações. Nunca prendemos tanto, mas não temos nenhum apoio da união, que é responsável pelas fronteiras brasileiras”, comentou.

Sistema - Nem mesmo o Sisfron, segundo Reinaldo Azambuja, está em funcionamento, e foi alvo de críticas “As várias torres da fronteira não funcionam. Exemplo de como está inoperante”.

Sisfron é o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras, criado pelo governo federal, para aumentar a proteção às fronteiras brasileiras é o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras , desenvolvido pelo Exército, que envolve radares, sistemas de comunicação e veículos aéreos não.

No mês passado, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) liberou para o Exército Brasileiro a instalação de duas antenas que integrarão o SisFron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras), que ainda não saíram do papel. As torres seriam instalados em trechos da BR-163, em Mato Grosso do Sul: KM 392, em Nova Alvorada do Sul, e no KM 449, em Campo Grande.

Na época, o União declarou que o Exército é responsável pelos gastos da instalação, pela manutenção e até pelo eventual remanejamento das torres, além de arcar com os ônus de possíveis problemas ocorridos com as antenas e que possam afetar a rodovia. Os militares têm ainda que obedecer as orientações da CCR MSVia sobre as medidas de segurança na rodovia.

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