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Capital

“Ainda não caiu a ficha”, diz esposa sete dias após morte de Alceu Bueno

Luana Rodrigues | 28/09/2016 11:21
Iolanda Bueno, esposa de Alceu. (Foto: Julia Kaifanny)
Iolanda Bueno, esposa de Alceu. (Foto: Julia Kaifanny)

Um crime chocante, que ainda é um mistério. Uma semana após a morte do ex-vereador José Alceu Padilha Bueno, a polícia ainda não tem pistas de quem pode ter cometido o crime que chocou pela brutalidade. Para a família, a “ficha” da violência com que o ex-vereador foi executado, ainda não "caiu".

“No fundo do meu coração, por mais que eu pense em algum motivo, eu não consigo chegar ao motivo para alguém fazer uma coisa dessas com ele, porque ele tinha vários processos, mas nada disso é motivo”, considera Iolanda Bueno, esposa de Alceu.

Encontrado com o corpo completamente carbonizado, Alceu Bueno era para a esposa um homem sem defeitos. “Éramos uma família normal, ele cuidava de mim, eu cuidava dele. Ele era um homem que nunca dormiu fora de casa, se ele ia sair para algum lugar depois do trabalho, ele me ligava antes, tanto é que no dia assim que ele não olhou mais o whatsapp eu já me preocupei “, disse a mulher.

Uma análise preliminar da perícia indica que Bueno morreu depois de ser estrangulando e ainda queimado. O líquido usado para atear fogo no corpo dele, além de ser inflamável, era corrosivo e fez com que a vítima fosse partido ao meio. “Ainda não caiu a ficha do jeito que foi, a violência do crime,a gente não conseguiu nem se despedir dele. Não é porque ele morreu que virou um santo, mas eu conhecia ele, sabia o que ele fazia, conhecia o coração dele”, diz a esposa.

Alceu deixou duas filhas e uma neta. Segundo a família, ele estava endividado, triste pela perda do mandato e acusações que recebeu, mas não era vítima de nenhum tipo de ameaça.

A polícia diz que o caso segue em segredo de investigação, mas, por enquanto não há nenhuma novidade sobre suspeitos. “A gente não tem o que fazer, a gente tem que esperar a polícia. Procuramos nem pensar muito pensado a respeito, porque diante da violência tão grande que foi esse crime continuamos chocados, mas na esperança que o autor seja punido”, finaliza.

Bueno renunciou ao mandato após envolver-se em escândalo de exploração sexual (Foto: arquivo)
Bueno renunciou ao mandato após envolver-se em escândalo de exploração sexual (Foto: arquivo)

Histórico pesado - José Alceu Padilha Bueno foi eleito vereador em 2012, pelo PSL, tendo participado de várias polêmicos e da histórica cassação do prefeito Alcides Bernal (PP). Ele também era dono de um depósito de materiais de construção, chamado Depósito Bueno, localizado na avenida Coronel Antonino - último local onde esteve ontem antes de desaparecer.

Em abril do ano passado, Bueno renunciou ao cargo de vereador, em carta, após ser acusado de cometer crimes de exploração sexual de vulnerável - aos quais, em dezembro, foi julgado e condenado, mas cumpria pena em liberdade.

Ele também alegou ter sido chantageado por um grupo que participava do esquema, sendo que um vídeo dele com duas garotas de 15 anos, sem roupa e em um quarto, era usado para extorqui-lo. As cenas foram gravadas pelas garotas a pedido dos chantagistas. Um grande investigação foi iniciada a partir daí, com várias prisões.

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