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Capital

"Fumacê é só 3% do problema", diz secretário sobre combate a mosquito

Prefeitura da Capital reclama por ter recebido inseticida com prazo de validade vencido do Ministério da Saúde

Nyelder Rodrigues e Flávia Lima | 26/02/2016 23:17
Secretário estadual de Saúde, Nelson Tavares, que participou de reunião no MPE, nesta sexta, sobre ações de combate ao Aedes aegypti (Foto: Alan Nantes)
Secretário estadual de Saúde, Nelson Tavares, que participou de reunião no MPE, nesta sexta, sobre ações de combate ao Aedes aegypti (Foto: Alan Nantes)

O secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, rebateu declarações do secretário Municipal de Saúde Pública, Ivandro Fonseca, sobre o caso de destinação, nesse ano, de inseticidas vencidos em 2013 para a Prefeitura de Campo Grande usar na pulverização – o chamado fumacê – de combate ao mosquito Aedes aegypti.

Durante reunião com promotores públicos no MPE (Ministério Público Estadual) nesta sexta-feira (26), Ivandro reclamou de ter recebido 200 litros vencidos de inseticida, afirmando que devolveria o material pois não confia na informação do Ministério da Saúde de que, apesar de fora do prazo, o produto estava bem acondicionado e por isso era próprio para uso.

"Foi uma coisa grave. Acionei o Ministério Público para que essa situação seja checada. Também solicitei à Vigilância Sanitária um laudo sobre esse inseticida", afirmou Ivandro, que não sabe quando fica pronto o resultado do exame.

Porém, Tavares questionou as declarações de Ivandro. "Essa questão do fumacê é só 3% do problema. O mais importante é combater o foco de proliferação do mosquito. Não podemos parar de agir só porque está faltando kit, está faltando veneno".

O chefe da pasta estadual de saúde também afirmou confiar no laudo do Ministério da Saúde. "Fazem isso há quase 10 anos, muitas vezes é sobra de campanhas passadas, ou demora para importar", explica.

Fracasso - Ainda durante a reunião, os promotores públicos que participaram sugeriram mudanças na atuação dos agentes no combate ao Aedes, enquanto Ivandro responsabilizou diretamente a falta de conscientização das pessoas para que hajam altos índices de infestação do mosquito.

Porém, em certos pontos, Tavares discordou. "O poder público fracassou no combate à dengue e não pode responsabilizar a população disso. Comparo o advento do zika vírus à gripe espanhola, por exemplo", cravou.

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