Agências voltam a ter filas após bloqueio de contas digitais

Um dia depois de a Caixa Econômica Federal anunciar bloqueio de contas digitais por suspeita de fraude, filas voltaram a aparecer nas agências de Campo Grande. Sem conseguir acesso aos R$ 600 do auxílio emergencial, muitos beneficiários foram ao banco para buscar informações sobre os saques.

Um deles foi o mecânico Reinaldo Molina, de 65 anos. Dono de uma pequena oficina, não conseguiu pegar a terceira parcela do benefício, mesmo a conta digital apontando que o dinheiro estava disponível.

Com movimento de clientes fraco, o idoso conta que não tem conseguido nem mesmo pagar contas básicas, como luz. Enquanto aguardava atendimento na agência do Bairro Tijuca, o mecânico garantiu que precisa do dinheiro e que não se enquadra na lista de irregularidades listadas pelo Governo Federal.

“O movimento está muito fraco, se não fosse isso nem teria pegado o auxílio. Nunca imaginei que esse dinheiro seria tão importante”, afirma.

A situação se repetiu com o autônomo Bruno Eduardo, de 38 anos. Ele era um dos 20 clientes que esperavam atendimento no início da tarde e por sorte, não precisou enfrentar fila bem maior que se formou pela manhã. “Consta que já caiu, mas não consigo transferir para minha conta”, explica.

Sem conseguir pegar o dinheiro, seguiu recomendação fixada no aplicativo e foi até a agência buscar orientação para solucionar a questão.

Na tarde de hoje, a Caixa informou que clientes que tiveram contas digitais bloqueadas preventivamente por inconsistência cadastral poderão enviar os documentos pelo aplicativo para que o desbloqueio seja feito em até 24 horas. Já para usuários com suspeita de fraude a recomendação é ir até uma agência de acordo com calendário escalonado por mês de aniversário.

Bloqueio - A Caixa não revelou a quantidade de beneficiários que tiveram a conta bloqueada, apenas que o total seria de 5% dos aprovados. O que se sabe é que até a suspeita ser afastada, o valor de R$ 600 não será disponibilizado.

A medida foi tomada após o órgão suspeita de fraudes no pagamento do benefício, disponibilizado como ajuda durante a pandemia da vocid-19.