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Capital

Agentes da Sesau iniciam treinamento para soltar mosquitos contra Aedes

Os primeiros 33 agentes comunitários de saúde foram treinados na UBSF Aero Rancho

Danielle Errobidarte | 27/01/2020 13:14
Agentes comunitários de saúde da UBSF Aero Rancho participaram da primeira capacitação. (Foto: Marcos Maluf)
Agentes comunitários de saúde da UBSF Aero Rancho participaram da primeira capacitação. (Foto: Marcos Maluf)

Na manhã desta segunda-feira (27), 33 agentes comunitários de saúde receberam treinamento oferecido pelo World Mosquito Program (WMP), em parceria com o Ministério da Saúde, sobre o Método Wolbachia, que utiliza mosquitos para combater a dengue.  A área de abrangência da UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) Aero Rancho recebeu a primeira capacitação, que inclui, nas próximas fases, os agentes de combate a endemias.

O novo método de controle usado na Capital leva no nome da bactéria responsável por impedir que os vírus das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti se reproduzam. A Wolbachia está presente em 60% dos insetos da natureza, mas não no Aedes. Quando introduzida no mosquito, ela impede que vírus da dengue, zika, chikungunya e febre amarela se desenvolvam. Quando os mosquitos com Wolbachia são liberados no ambiente, eles se reproduzem com mosquitos do ambiente e ajudam a criar uma nova geração de mosquitos com a bactéria.

Ao todo, os servidores capacitados nesta fase vão trabalhar em sete bairros: Guanadi, Aero Rancho, Batistão, Coophavila 2, Centenário, Tijuca e Lajeado. Além de inserção do mosquito, eles vão explicar para a comunidade como funciona o Programa.

Gabriel é responsável pela implantação do Projeto em Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)
Gabriel é responsável pela implantação do Projeto em Campo Grande. (Foto: Marcos Maluf)

O gerente de projeto da WMP, Gabriel Sylvestre, afirma que a primeira liberação dos mosquitos com a bactéria está programada para junho e em três anos, toda a cidade de Campo Grande poderá contar com os mosquitos com Wolbachia.

"A liberação só começa depois de 4 meses de ação dos agentes treinados nos cursos. Esse é um método preventivo, não age como remédio. A escolha dos bairros que serão atendidos primeiro leva em consideração fatores como a capacidade operacional do município, o número de agentes e a densidade populacional".

Ele também afirma que, inicialmente, os ovos dos mosquitos com Wolbachia eram produzidos na Fiocruz do Rio de Janeiro, e enviados à Campo Grande. "Hoje Campo Grande já tem uma biofábrica de produção própria. Os mosquitos que serão soltos nos bairros foram produzidos aqui", explica.

Outras cidades que fazem parte da expansão do Programa são Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Petrolina, em Pernambuco. Em Campo Grande, os mosquitos serão soltos em 62 bairros e os resultados no Rio de Janeiro reduziram, segundo Gabriel, "75% dos casos de chikungunya em Niterói".

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