Alunos de escola estadual são alvos de ataques no Instagram
Responsáveis pela conta falsa citam estudantes em stories, com ofensas homofóbicas e ameaças
Perfil criado no Instagram para atacar estudantes da Escola Estadual Padre Mário Blandino, no Bairro Aero Rancho, em Campo Grande, tem causado medo e transtornos entre os alunos. Mãe de um dos adolescentes citados nas publicações, que pediu para não ser identificada, registrou boletim de ocorrência na última terça-feira (19) após o filho, de 15 anos, sofrer uma crise de ansiedade ao ver seu nome exposto.
RESUMO
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Perfil falso em rede social aterroriza alunos de escola em Campo Grande. Publicações com ataques e ameaças causaram crise de ansiedade em adolescente de 15 anos, que precisou ser retirado da escola. Mãe registrou boletim de ocorrência por bullying virtual. Administradores do perfil falso citam estudantes em stories, com ofensas homofóbicas e ameaças diretas. Polícia Civil investiga o caso para identificar os responsáveis. Escola e Secretaria Estadual de Educação acompanham a situação e apuram a denúncia.
"De domingo para segunda meu filho não dormiu. Foi para a escola, mas por volta das 11h a coordenadora me chamou para buscá-lo porque estava passando mal, com palpitações, ânsia de vômito, sintomas de uma crise de ansiedade", relatou a mãe, que trabalha como servente de higienização hospitalar. "Quando cheguei à escola, descobri que tinham criado esse perfil no Instagram citando o nome dele. Falei que ia fazer boletim de ocorrência porque bullying é crime, inclusive o online."
Segundo a denúncia, além de ataques, as postagens recentes passaram a incluir ameaças diretas aos estudantes. "Os administradores ficam falando que vão ‘catar fulano e ciclano’. A situação está tomando uma proporção tão grande que já criaram outras páginas", disse a mãe.
O boletim de ocorrência aponta que o adolescente foi chamado de “bicha, veado e trouxa” nas publicações. A mãe enviou ao Campo Grande News prints do perfil, que tem 69 seguidores e cita diversos alunos do ensino médio nos stories. Ela informou que o filho está em acompanhamento psicológico, mas a primeira consulta só foi agendada para 6 de outubro.
"Meu filho não quer mais ir para a escola. Isso bagunçou minha vida. Falei com a coordenadora que é preciso tomar providências. A gente vê tantos casos de adolescentes que se matam por causa de coisas assim", desabafou.
Segundo a mulher, a Polícia Civil informou à família que as investigações já começaram para tentar identificar os responsáveis pelas postagens.
A reportagem procurou a SED (Secretaria Estadual de Educação). Em nota, a pasta informou que está ciente do ocorrido e que foram realizadas reuniões com os estudantes para averiguar os apontamentos. Os pais e responsáveis foram avisados e o caso é acompanhado.
"A SED acompanha o caso e, por intermédio da Coordenadoria-Geral de Inteligência e Segurança Escolar, trabalha para identificar os responsáveis pelos perfis envolvidos", finaliza o documento.
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