Ambulante diz ter sido agredida e blocos se defendem: “agitadores"
Jovem, de 22 anos, relata que levou um soco de uma das organizadoras do bloco e de outras três mulheres
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Ambulante, de 22 anos, diz ter sido agredida por uma das organizadoras do Bloco Farofa com Dendê, na noite de sábado (22), data que o bloco comandou as festividades do Carnaval na Esplanada Ferroviária. A jovem comenta que levou um tapa e um soco da organizadora que a acusou de ser racista.
Neste domingo (23), a ambulante procurou a reportagem não só para falar dessa agressão, mas para relatar a forma como os ambulantes foram tratados pelo bloco. Ontem, a Polícia Militar precisou separar uma confusão generalizada que teria começado após um dos vendedores forçar o gradil que delimitava o acesso dos foliões às barracas.
A jovem explica que antes de ser agredida se juntou com outros ambulantes para conversar com representantes da Prefeitura de Campo Grande e a Polícia Militar na tentativa de que fosse liberado o acesso pela Avenida Mato Grosso com a Calógeras. Isso porque a demarcação estaria os impedindo de ter acesso aos banheiros e prejudicando nas vendas, pois os foliões teriam que sair pela Antônio Maria Coelho, dar a volta na quadra e realizar as compras.
“Após todos terem montado as barracas, a organização do bloco Farofa com Dendê disse que ficaria fechada a passagem da Calógeras para a Mato Grosso. Foram diversas tentativas de conversa e ela disse que não queria, que o bloco dela não teria ambulantes brancos vendendo”, comenta.
Outros vendedores começaram a se juntar no local para reclamar com a organização sobre os acessos. “Foi quando ela começou a chamar todo mundo de racista, eu, uma mulher negra atípica. Foi quando eu fui questioná-la do porquê eu seria racista, pois ela começou essa calúnia sem prova nenhuma. Nesse momento, ela apontou o celular com flash pra mim”, relata.
Por conta do diagnóstico de autismo, a ambulante esclarece que ficou incomodada com a luz do celular. “Retirei a lanterna de perto de mim e ela disparou um soco e começou a me bater quando eu me defendi. Quando eu estava indo em direção à PM, ela juntou com mais três mulheres para me agredir”, afirma.
A ambulante conta que foi socorrida por policiais que a levaram até a delegacia. “Não houve questão racial, não houve problema com os seguranças e muito menos com a polícia”, enfatiza. Ela registrou um boletim de ocorrência de lesão corporal contra a organizadora do bloco.
Outro lado - Neste domingo, o Aglomerado de Blocos de Carnaval de Rua de Campo Grande emitiu nota sobre a confusão entre os ambulantes.
“ABC do Carnaval) repudia veementemente os fatos ocorridos na noite do dia 22 de fevereiro de 2025 durante a realização do Bloco Farofa com Dendê, na Esplanada Ferroviária, onde agitadores travestidos de ambulantes confrontaram as regras estabelecidas entre a Prefeitura de Campo Grande e a entidade responsável pela realização do carnaval de rua na Capital”.
A nota menciona que os organizadores do bloco dedicaram um ano de trabalho para realizar a festa. “Ver todo esse esforço sendo desrespeitado foi uma experiência dolorosa para os produtores, que choraram ao presenciar a tentativa de destruição de um evento construído com tanto carinho e dedicação”.
Apesar de lamentar o ocorrido, a ABC do Carnaval defendeu a atuação dos ambulantes no Carnaval. “Porém, é preciso respeitar o regramento previamente estabelecido entre a Prefeitura de Campo e a entidade responsável pela organização da festa. É importante lembrar que o Executivo é responsável pela fiscalização, segurança e atuação dos ambulantes”.
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