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Capital

Após economia de R$ 2 milhões nas escolas, presos reformarão delegacias

Aline dos Santos e Mayara Bueno | 14/09/2016 10:11
Reforma de escola foi entregue nesta 4ª feira na Vila Bordon. (Foto: Mayara Bueno)
Reforma de escola foi entregue nesta 4ª feira na Vila Bordon. (Foto: Mayara Bueno)

O projeto que usa a mão de obra dos presos será ampliado com a reforma de delegacias em Campo Grande. Até então, a iniciativa era apenas em escolas e resultou na economia de R$ 2 milhões.

Nesta quarta-feira (dia 14), foi inaugurada a reforma da escola estadual José Ferreira Barbosa, na Vila Bordon. De acordo com o presidente do TJ/MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), desembargador João Maria Lós, a reforma na unidade custaria 400 mil, mas, com a mão de obra dos internos, o custo foi de R$ 19.800. Eles também custeiam o material,

O projeto “Pintando e revitalizando a educação com liberdade” reformou seis escolas na Capital. “A reforma traz conforto para alunos e professores, ressocializa os detentos, traz eles para o bem. O trabalho tem rendido frutos muito bons”, afirma o presidente do tribunal.

Amanhã, será assinada com o governo do Estado parceria para o programa “Mãos que constroem” para reforma de delegacias. A iniciativa começa pela 4ª delegacia de Polícia Civil, localizada no bairro Moreninha 2.

A administração estadual vai contratar 10 presos dos regimes aberto e semiaberto e comprar o material de construção. Eles vão atuar como pedreiro, pintor, eletricista, encanador e ajudante geral. O valor da obra será de R$ 123 mil, sendo R$ 35 mil para a mão de obra dos presos.

Conforme o presidente do TJ, não há um cronograma de reformas para delegacias e o projeto será realizado de acordo com a demanda do governo. Lós destaca que, também de acordo com a disponibilidade, será mantida a reforma nas escolas.

Cara nova – Mariomar Rezende, diretor da escola entregue hoje, conta que a quadra de esportes era apenas um terreno. “Onde o projeto chega, modifica não só a escola, mas também quem necessita dela”, diz. Com 4.700 alunos, o colégio recebeu rampas e foi adaptado conforme as normas de acessibilidade.

Idealizador do projeto, o juiz Albino Coimbra Neto citou o nome de todos os detentos e elogiou a qualidade da obra. “É um projeto construído com o trabalho daqueles que condenamos”, afirma.

Preso desde 2012, Thiago Mizael, 28 anos, participou pela primeira vez do projeto. “É uma iniciativa muito boa, ver a alegria da molecada, isso compensa tudo”, relata. Ele está há um ano e oito meses no regime semiaberto. O preso Nezimato Silva, 44 anos, conta que ficou satisfeito em fazer algo que agradou as pessoas.

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