Após incêndio, Defesa Civil orienta moradores de ocupação no Noroeste
Conforme órgão municipal, encontro busca prevenir tragédia como a da Mandela, onde o fogo destruiu os barracos
Após o incêndio que atingiu cerca de 5 hectares de vegetação e lixo às margens da BR-163, no Jardim Noroeste, equipes da Defesa Civil de Campo Grande voltaram, nesta quinta-feira (31), à área ocupada por famílias em situação de vulnerabilidade. Além de vistoriarem o local, promoveram uma reunião com os moradores, com objetivo de orientar e evitar que a região se torne palco de uma tragédia semelhante à que ocorreu na ocupação Mandela, em 2023, quando o fogo destruiu diversas moradias.
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De acordo com o coordenador da Defesa Civil municipal, Enéas Neto, uma linha de contenção foi aberta com máquinas para separar a área queimada dos barracos, todos de madeira, o que aumenta significativamente o risco de propagação das chamas. “Se começar em uma casa, o fogo corre por todas. É uma ocupação linear, o que dificulta o controle, como foi no Mandela. Ontem, felizmente, conseguimos evitar que chegasse às moradias”, pontuou.
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Além das ações imediatas, a visita desta quinta incluiu uma conversa direta com os moradores. A orientação foi clara: não descartar sofás, madeiras, restos de móveis e outros materiais inflamáveis no entorno dos barracos. “Se os moradores não colaborarem com a limpeza, o trabalho da prefeitura vai por água abaixo. E os únicos prejudicados são eles”, reforçou Enéas.
Carlos Henrique Faustino Rosa, liderança comunitária e presidente do conselho de segurança da região, foi um dos primeiros a chegar ao local durante o incêndio. “Assim que recebi o vídeo da fumaça, acionei a Defesa Civil. O fogo estava altíssimo, era possível ver da Duque de Caxias. Em alguns pontos, as chamas chegaram a quase três metros de altura”, relatou.
Segundo ele, a situação foi tão crítica que moradores tentaram conter as chamas jogando terra na base de árvores para impedir que o fogo alcançasse os eucaliptos. “Nossa preocupação era que pegasse fogo por fora e depois fosse consumindo por dentro. Se isso acontece, só por Deus. Hoje, a reunião com a comunidade foi para reforçar a prevenção, orientar sobre o uso de fogareiros, manter os quintais limpos e evitar o acúmulo de mato ou entulho perto das casas”, explicou.
Moradora da ocupação, Claudinéia da Costa, de 43 anos, contou que o fogo começou em frente ao seu barraco. “A gente viu um homem no mato, ele ficou bravo quando chamaram atenção e, quando vimos, já tinha colocado fogo. Tentamos correr atrás dele, mas ele fugiu”, disse.
Ana Flávia da Conceição, de 40 anos, também mora no local e reforça o clima de insegurança. “Já teve fogo antes, mas nunca tão perto. Agora que a Defesa Civil veio aqui, a gente se sente mais segura. Precisamos dessa atenção, porque aqui tem muita criança, idoso, e qualquer faísca pode virar tragédia”, completou.
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