Pagode e feijoada raiz fazem do Vo Alee point na periferia aos sábados
Local virou tradição aos sábados, servindo feijoada à vontade e abrindo espaço para grupos locais
Sair do centro e se aventurar pela periferia de Campo Grande pode render descobertas saborosas. No Coophavila II, na Avenida Marinha, funciona o Vo Alee Sobaria e Lanchonete, que já é um “point” do bairro no sábado, com sua feijuca raiz, cerveja gelada e pagode ao vivo que arrasta vizinhos, amigos e até gente do centro da cidade.
RESUMO
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Localizado na Coophavila II, em Campo Grande, o Vo Alee Sobaria e Lanchonete tornou-se um ponto de encontro aos sábados, oferecendo feijoada, cerveja gelada e pagode ao vivo. A iniciativa de Vânia Lima dos Santos, proprietária do restaurante há 18 anos, começou despretensiosamente há quatro anos e rapidamente conquistou moradores do bairro e de outras regiões da cidade. O sucesso é tanto que já foram vendidas mais de 100 feijoadas em um único sábado. Além da tradicional feijoada, servida com acompanhamentos como couve, torresmo, arroz, mandioca e frango, o Vo Alee oferece opções variadas no cardápio, incluindo sobá, lanches, espetinhos, pizzas, petiscos de carne e pratos como bife à parmegiana e peixe frito. Para acompanhar, há opções de bebidas como chope de vinho, caipirinhas e diversas marcas de cerveja. A música ao vivo, com grupos locais, anima o ambiente, com repertório que varia do samba de raiz a sucessos mais recentes.
O restaurante de dona Vânia Lima dos Santos, 54 anos, está há 18 anos no bairro. Mas ela explica que a feijoada com pagode começou há quatro anos e rapidamente transformou o Vo Alee em ponto de encontro da vizinhança e de gente de outros cantos da cidade. “Já virou um point aqui. No sábado, chegando 10 horas, o povo já começa a se juntar. Já lota”, conta Vânia.
Segundo ela, a ideia do pagodão surgiu de forma despretensiosa, em uma conversa com uma amiga. “Comecei fazendo a feijoadinha normal, tranquila, aí colocando uma musiquinha ao vivo mais calma. De repente, uma amiga minha falou: ‘Vamos fazer esse pagode que vai bombar’. No começo, chamei uns grupos meio ruins, mas depois os grupos bons começaram a me procurar. Hoje a gente tem pagodes top, como o grupo Fidelidade.”
Com música animada e variedade de samba, a casa chegou a vender mais de 100 feijoadas num único sábado. Duas motos fazem delivery, mas o forte mesmo é comer na calçada ampla, em clima de boteco de bairro. A feijoada à vontade custa R$ 45, e o prato feito, R$ 28.
Vem gente de todo Campo Grande, até do centro. Vai calabresa, bacon, lombo, costelinha, rabo, orelha, pele. E ainda acompanha couve, torresmo, arroz, mandioca, frango assado ou frito, vinagrete e pimentinha de cheiro. Fica muito bom!”, detalha Vânia.
Apesar de ter “sobaria” no nome e não ser de origem japonesa, ela explica que o nome “Vo Alee” tem uma explicação engraçada. “Quando fui abrir, não sabia que nome colocar. Uma pessoa me disse: ‘Coloca Eu Vou Ali’. Falei: ‘Por quê?’ e ela disse: ‘Porque o marido vai sair, a mulher pergunta: Onde você vai? E ele responde: Vou ali’. A gente riu e ficou com o nome”, conta.
Além da feijoada, o Vo Alee serve sobá, lanches, espetinhos, pizzas, petiscos de carne e pratos como bife à parmegiana e peixe frito. Para beber, tem chope de vinho, caipirinhas de pinga ou vodka e várias marcas de cerveja.
Na música, Vânia explica que sempre tenta dar espaço para grupos locais. Uma das bandas que garante a energia do pagode e samba da feijuca é o grupo Fidelidade, com Alexsander dos Santos, o Alex Carioca, que é vocal e reco-reco do grupo. “Já tem um ano e pouco que a gente toca lá. É essa união entre pagode, cerveja e feijoada, que já virou tradição em Campo Grande”, diz o músico.
Segundo ele, o repertório vai de Zeca Pagodinho e Fundo de Quintal a Exaltasamba e Revelação, sempre na tentativa de equilibrar o samba de raiz e hits mais novos. “A gente tenta agradar todo mundo”, explica Alex.
O grupo existe desde 2010, gravou um CD em 2013 e hoje se apresenta em quinteto: Juninho no cavaquinho, Almir no violão, João Marcelo no tantã, Marquinho ou Rosinei no pandeiro e Alex no vocal.
Point no bairro – O Vo Alee é também sobre encontros. Famílias, vizinhos e amigos transformam o sábado ali em uma festa de bairro com cara de quintal. É um dos locais onde se pode jogar conversa fora com amigos, comer algo gostoso e curtir o fim de semana com uma boa música.
A professora aposentada Nilva Fernandes, 56 anos, é de Corumbá e sempre passa por lá quando vem à Capital. “A Dona Vânia é muito amiga da gente. Antigamente, ela atendia em outra rua aqui perto, depois mudou pra cá”, lembra.
Ela destaca a feijoada caprichada, a cerveja estupidamente gelada e o couvert de R$ 5. “Durante a semana tem MPB e sertanejo. É bem variado". Já o sobrinho de Nilva, Guilherme Tedesco, morador do bairro, explica que sempre frequenta o bar e aprova a famosa feijuca. “Já provei a feijoada. É muito boa!”
Outro casal que sempre bate ponto no local é Dilma e Ailton Escobar, corumbaenses que vivem em Campo Grande desde 1985 e estão casados há 50 anos. Hoje eles moram no Coophavila II. “Adoramos samba quando é assim. Samba de primeira!”, diz Dilma.
Para quem quiser conhecer mais o local, basta acessar o Instagram @sobariavoalee ou entrar em contato pelo WhatsApp +55 67 9246-4493. O horário de atendimento é de terça a quinta, das 18h às 23h30. Já aos sábados e domingos, das 18h à meia-noite. Toda segunda-feira, o local é fechado.
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