Fruta de clima frio, mirtilo chega com força ao calor de MS em feira

Famoso nas sobremesas europeias e nos smoothies dos Estados Unidos, o mirtilo, ou blueberry, como muita gente conhece, está prestes a conquistar os quintais e sítios sul-mato-grossenses. Mudas da fruta adaptada ao calor chegam a Campo Grande e serão vendidas neste domingo (3) na Feira Borogodó, na Praça da Coophafé.

A responsável pela chegada dessa novidade é Elen Moreira Faria, mineira de Esmeraldas (MG), que trocou a antiga fábrica de brinquedos de madeira por uma nova paixão: o cultivo de mirtilos resistentes a climas quentes. “Sempre gostei de plantar, era meu hobby mesmo morando num apertamento de BH. Tinha uns 20 pés frutíferos em vasos de 200 litros”, conta ela, que viu no fim da fábrica durante a pandemia a chance de recomeçar.

Elen começou com 200 mudas num espaço improvisado e hoje roda o Brasil com uma Kombi cheia de plantas e histórias. Depois de passar por feiras em São Paulo, Brasília, Uberlândia e Rio de Janeiro, agora ela desembarca no Centro-Oeste com a Mirtilos Moreira, em parceria com o @jardim_da_roseli. A estreia será das 9h às 15h, no dia 4 de agosto, na Rua da Garça, nº 3163.

Na pandemia, vi um vídeo de um cara dizendo que mirtilo dava dinheiro. Pensei: ‘vou mexer com esse trem aí’”, lembra a mineira, que vende as frutas já colhidas, além de mudas de mirtilo e framboesa.

Hoje, Elen trabalha exclusivamente com as variedades Biloxi, Emerald e Jewel, criadas na Universidade da Flórida, nos EUA, para se desenvolverem bem em regiões quentes como Mato Grosso do Sul. “Hoje o maior produtor de mirtilo da América do Sul é o Peru e lá é deserto. Isso prova que clima quente não é problema. Aqui em MS, quem já planta milho ou soja pode investir também no mirtilo, que tem um mercado aquecido e pouca oferta”, comenta Elen.

Ela diz que o segredo está na forma de cultivo. “Mirtilo não vai na terra direto, é na casca de arroz. É como um pet: precisa de cuidado todo dia, irrigação certa e paciência. Mas o sabor compensa. Quando provei o primeiro da minha plantação, entendi a diferença. Nada a ver com aquele aguado do mercado”.

Durante a feira, as mudas custarão entre R$ 150 e R$ 280, dependendo do tamanho. Cada uma vem com manual de instrução e a garantia de que são livres de fungicidas, já que são produzidas em laboratório por fornecedores certificados.

“Essas mudas crescem muito bem no calor, desde que com irrigação e cuidados. Eu explico tudo pra cada pessoa, uma a uma. Às vezes faço mais de 70 orientações num só dia de feira. Tem gente que comprou muda comigo há cinco anos e colhe até hoje”, afirma Elen.

Pela primeira vez em Campo Grande, Elen explica que está animada para a cidade e espera chamar a atenção com as blueberries resistentes ao “calorão”. Segundo ela, a procura em feiras pelo Brasil sempre são constantes. “Nas primeiras duas horas de feira, às vezes mais de 150 pessoas passam no meu estande. O pessoal quer saber, quer plantar, e vê potencial. Aqui no Centro-Oeste tem tudo pra dar certo”.

Para conhecer mais sobre o trabalho da Mirtilos Moreira, é possível acessar o Instagram oficial @mirtilosmoreira ou acompanhar pela conta da Feira Borogodó, @feira.borogodo.

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