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Capital

Após mortes, hospital suspende manipulação na quimioterapia

Lidiane Kober e Renan Nucci | 21/07/2014 14:19
Santa Casa ainda fará, com o apoio da Anvisa, varredura no setor de quimioterapia (Foto: Marcos Ermínio)
Santa Casa ainda fará, com o apoio da Anvisa, varredura no setor de quimioterapia (Foto: Marcos Ermínio)

Após a morte de três pessoas e da vinda de representantes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) a Campo Grande, a Santa Casa decidiu interditar, por tempo indeterminado, a manipulação de medicamentos de quimioterapia. Ao mesmo tempo, será realizada varredura para diagnosticar as causas dos óbitos.

“Desde sábado (18), a Santa Casa não faz mais manipulação do medicamento da quimioterapia, todo o trabalho está sendo feito no Hospital do Câncer por tempo indeterminado”, anunciou a presidente da Comissão de Controle de Infectologia da instituição, Priscila Alexandrino.

Desde às 9h, ela está reunida com representantes da Anvisa e com integrantes das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde. O objetivo é bolar um plano de ação a fim de descobrir o que resultou nas três mortes.

Ainda sobre a interdição da manipulação dos medicamentos, ela explicou que se faz necessária para a Anvisa realizar varredura completa em todo o processo de quimioterapia do hospital. Serão analisadas as fases desde a fabricação do medicamento, manuseio, tempo de infusão até o histórico individual de cada paciente.

Até agora, cinco pessoas apresentaram reação adversa ao uso do medicamento cinco fluoracil (5-FU), usado no combate ao câncer do intestino, e com o lelcovorin (ácido folínico, que potencializa os efeitos do primeiro). Do total, quatro apresentaram reações alérgicas e três acabaram morrendo

Duas das vítimas foram identificadas como Carmen Insfran Bernard, 48 anos, e Norotilde Araújo Greco, 72. Ambas realizaram sessões de quimioterapia na Santa Casa entre os dias 24 e 28 de junho. Uma terceira pessoa que não teve a identidade divulgada também morreu. Um dos pacientes teve recaída, mas seu quadro já apresentou melhora e ele está em observação.

Por enquanto, ninguém fala abertamente sobre as causas das mortes. Alguns arriscam problemas na fabricação ou manipulação do medicamento. Também é contada a hipótese de baixa imunidade das vítimas. A possibilidade de superdosagem é praticamente nula, porque, segundo especialistas, seria um “erro muito grosseiro”.

De acordo com o médico Jamal Salém, secretário municipal de saúde da Capital,a Santa Casa precisou trocar o fornecedor do remédio. “O hospital foi obrigado a procurar outro fornecedor porque o anterior estava sem o medicamento. É importante destacar que a nova empresa contratada funciona regularmente com autorização da Anvisa”, frisou.

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