Após tensão e bombas, ocupantes de área e prefeitura fazem acordo temporário
Grupo permanecerá no terreno, sem erguer novos barracos, enquanto aguarda posicionamento da prefeitura

Após nova tentativa de ocupação em área pública no Jardim Tijuca, em Campo Grande, representantes da prefeitura e do grupo de moradores chegaram a um acordo provisório que permite a permanência das famílias no local até a próxima segunda-feira (23). O compromisso, firmado após intervenção da GCM (Guarda Civil Metropolitana), Polícia Militar e da Romu (Ronda Ostensiva Municipal), estabelece que os barracos erguidos deverão ser desmontados.
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Cerca de 20 famílias tentaram reocupar área pública no Jardim Tijuca, em Campo Grande, gerando confronto com forças de segurança. Bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo foram utilizados para dispersar o grupo, resultando em uma pessoa desmaiada que precisou de atendimento médico. A situação foi contornada após acordo entre ocupantes e a Agência Municipal de Habitação. As famílias poderão permanecer no local até segunda-feira, desde que desmontem os barracos. O grupo se comprometeu a buscar regularização junto aos canais oficiais para programas habitacionais.
O impasse começou quando cerca de 20 famílias retornaram ao terreno na Rua Bororó, onde haviam sido retiradas no dia anterior pela Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários). Denúncias de vizinhos apontaram a reconstrução de barracos, som alto e até churrasco no local, o que motivou a nova ação das forças de segurança.
Segundo relatos de moradores, a abordagem foi marcada por tensão. Bombas de efeito moral e spray de pimenta foram utilizadas para dispersar o grupo. “Eles chegaram tocando bomba, tem criança aqui, jogaram bomba de gás”, relatou Willian Anderson Pereira, 45 anos, que lidera o movimento.
Durante a confusão, uma mulher passou mal e desmaiou. Ela foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros. “Quando olhei pra trás, eles já estavam soltando fumaça. Subi correndo, pedindo ajuda. A neném estava sufocada, começou a ficar roxa. Ela não estava respirando”, contou Débora Mendes, 20 anos, mãe de uma bebê.
Liane Brito, de 51 anos, dona de casa, também presenciou a ação e relatou momentos de desespero. “Eles chegaram com bomba, no meio das crianças. Tem criança passando mal, uma senhora desmaiou. Fecharam tudo aqui. Eu pedi, pelo amor de Deus, para não atirarem, e mesmo assim eles vieram mandando bomba, mostrando arma”, contou.
Um representante da Emha (Agência Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários) esteve no local e informou aos moradores que a ocupação não será permitida, por se tratar de uma área pública. No entanto, um acordo provisório foi estabelecido.
Os moradores poderão permanecer na área até a manhã de segunda-feira, desde que os barracos sejam desmontados. Até lá, o líder do grupo se comprometeu a ir até a sede da Agência Municipal de Habitação para entregar uma lista com os nomes e números de telefones de todos os ocupantes, buscando uma posição oficial da prefeitura sobre a situação.
A Emha reforçou que a construção em áreas públicas é considerada irregular e que os interessados devem procurar os canais oficiais para atualização cadastral e informações sobre os programas habitacionais.
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