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Capital

Associação sai em defesa de delegada que apura morte de empresário

Nyelder Rodrigues | 04/01/2017 22:30

A Adepol-MS (Associação dos Delegados de Polícia do Estado de Mato Grosso do Sul) emitiu uma nota na noite desta quarta-feira (4) repudiando declarações feitas em redes sociais contra a delegada Daniella Kades, que está à frente do caso sobre a morte de Adriano Nascimento, de 33 anos, morto pelo policial Ricardo Hyun Su Moon, de 46 anos.

O crime aconteceu no dia 31 de dezembro de 2016, um sábado, logo pela manhã, na avenida Ernesto Geisel, perto do Horto Florestal. Adriano foi morto com três tiros, um deles na nuca, e outras duas pessoas que voltavam com ele de uma festa ficaram feridas. A camionete em que eles estavam ainda bateu e derrubou um poste.

A nota em defesa da delegada ressalta que o caso está ainda em fase inicial e que, por isso, todas as versões devem ser ouvidas e levadas em consideração, sendo só descartadas no decorrer da investigação.

"Procurada por diversos jornalistas, em razão da comoção que o caso originou, a delegada Daniella explicou de forma bastante clara que a investigação policial abrangerá todas as versões e hipóteses existentes, buscando apurar a verossimilhança e verdade em cada uma delas, com plena autonomia e independência", explica.

O texto da Adepol ainda destaca que "em momento algum afirmou a delegada de polícia Daniella Kades, como profissional que é, neste início de apuração, que os fatos ocorreram em legítima defesa".

Kades foi alvo de duras críticas após afirmar em entrevista coletiva que está descartada a legítima defesa, com ou sem excesso, alegada por Ricardo. Ela também não descartou a realização de reconstituição no local do crime. Além de ataques pessoais, o concurso público ao qual a delegada foi aprovada também foi aprovado.

Crime e conflitos - O crime cometido por Ricardo Hyun Su Moon no último dia de 2016 trouxe à tona vários conflitos. Primeiro, os policiais militares que atenderam o caso foram apontados como corporativismo pois não o prenderam de imediato. Ricardo, que é policial rodoviário federal, só foi preso em flagrante na delegacia.

Porém, um dia depois, a Justiça negou a conversão do flagrante em prisão preventiva, colocando o policial em liberdade provisória, já que o mesmo não tinha antecedentes criminais e apresentava boa conduta. Porém, a liberdade foi concedida mediante condições como não portar armas e permanecer em casa durante o período noturno.

Ainda assim, a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul) foi contra a liberdade de Ricardo, prometendo acionar o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) para que fosse feita uma reanálise do procedimento do juiz que tomou tal decisão, afinal, nem mesmo houve pedido de liberdade, agindo o magistrado por ofício.

Em contraponto, a Amamsul (Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul) demonstrou apoio ao juiz, frisando que o mesmo não cometeu nenhuma ilegalidade e agiu conforme achou necessário. Posteriormente, a OAB emitiu nova nota de contestação.

Os conflitos de opinião e julgamento da situação se estendem às redes sociais entre a sociedade. Em grupos de WhatsApp e mesmo no Facebook, muitas discussões apresentam posições divergentes, até mesmo entre policiais.

Nesta quinta-feira (5), a OAB-MS pretende entrar com pedido na Polícia Civil para que seja realizada a reconstituição do caso na avenida Ernesto Geisel - trabalho não descartado pela delegada, mas que entidade quer garantir que seja realizado. Se a solicitação não for atendida, a entidade estuda um pedido de afastamento de Kades do caso.

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