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"Até medicamentos estamos comprando", médicos denunciam falta de insumos em UPAs

Sindmed recebeu denúncia dos profissionais e acionou o CRM para fiscalizar unidades

Gabrielle Tavares | 25/11/2022 09:24
Falta de insumos é registrada principalmente na área pediátrica das UPA's. (Foto: Alex Machado)
Falta de insumos é registrada principalmente na área pediátrica das UPA's. (Foto: Alex Machado)

Profissionais da saúde de Campo Grande denunciam a falta de medicamentos básicos nas unidades de saúde e alegam que estão comprando com o próprio dinheiro os insumos, principalmente na rede pediátrica. Na lista dos remédios em falta, que os médicos fizeram em grupos de conversa, estão os para vômito, reposição de potássio e sódio, além de anestésicos.

O Sinmed (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul) recebeu nesta quinta-feira (24) a denúncia dos profissionais e acionou o CRM (Conselho Regional de Medicina) para realizar uma fiscalização nas UPA's (Unidades de Pronto Atendimento) de Campo Grande.

"Vários colegas de UPA's reclamaram da falta de diversas medicação básicas para ter em UPA, muitos desses pediatras. Os próprios médicos estão comprando esses remédios para levarem", disse o presidente do Sinmed, Marcelo Santana.

Na lista, estão plasil e bromoprida, usados para tratar enjoos e náuseas; NaCl, para reposição de sódio; KCL, para reposição de potássio; lidocaína, anestésico indicado para realização de exames e instrumentação, como intubação endotraqueal; e salbutamol, usado para cessar crises de broncoespasmos.

"Crise de broncoespasmos é uma condição clínica que acontece muito em crianças, principalmente agora com essas síndromes respiratórias. Se não tratado, pode trazer consequências graves", explicou Santana.

Nas conversas, os médicos, que pediram para não serem identificados, relatam que "os médicos estão comprando do bolso, inclusive medicação de uso na emergência".

Outra denúncia é a falta de insumos para realizar exames de Raio-X. Não estão sendo disponibilizadas as imagens para imprimir o Raio-X e os médicos só conseguem ver os exames no computador.

"São várias situações básicas que não estão sendo disponibilizadas. A gente só quer que hajam as medicações, que são importantíssimas para um primeiro atendimento na UPA. Isso atrapalha o trabalho do profissional, mas, acima de tudo, expõe ao risco os pacientes de Campo Grande", completou o médico.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) informou que a Capital "passou por dificuldades para a compra de alguns medicamentos, parte ainda em decorrência da pandemia de covid-19 e outra parte em razão da guerra entre Rússia e Ucrânia, uma vez que a maior parte dos insumos são originários daquela região".

"Por exemplo, furosemida injetável é um medicamento que cinco processos de compra fracassaram, por nenhuma empresa se interessar em participar do pregão, sendo necessário agora iniciar um processo com dispensa de licitação, uma vez que há a necessidade de reabastecimento da rede. Outros dois que estão em processo de aquisição são o cloreto de sódio e de potássio, em ampolas, contudo ainda há estoques nas unidades de saúde, podendo haver uma falta pontual. A lidocaína também houve a necessidade de uma dispensa de licitação para aquisição do medicamento, que já está em processo de compra. Salbutamol e bromoprida estão com seus processos de aquisição mais avançados, o primeiro está aguardando reserva orçamentária - que é a liberação do pagamento para a empresa ganhadora do pregão, e o segundo só aguarda a entrega do lote. O estoque de soro fisiológico, que havia falta na rede também, já foi normalizado", completa a nota.

(*) Matéria alterada para acréscimo do retorno da Sesau.

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