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Meio Ambiente

Rio Taquari e outros cinco do Cerrado perderam 27% de água em 51 anos

A perda de água é comparada a 30 piscinas olímpicas por minuto, conforme mostra a pesquisa

Por Izabela Cavalcanti | 23/06/2025 10:28
Rio Taquari e outros cinco do Cerrado perderam 27% de água em 51 anos
Bacia do Rio Taquari, que passa por Coxim em Mato Grosso do Sul (Foto: Silvio de Andrade)

O volume de água dos rios do Cerrado diminuiu 27% desde 1970, correspondendo a perda de 30 piscinas olímpicas por minuto. Os dados são do estudo "Cerrado: O Elo Sagrado das Águas do Brasil", publicado nesta segunda-feira (23), com base na Ambiental Media.

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Estudo revela queda alarmante no volume de água dos rios do Cerrado. A pesquisa "Cerrado: O Elo Sagrado das Águas do Brasil" aponta uma diminuição de 27% no volume hídrico desde 1970, equivalente à perda de 30 piscinas olímpicas por minuto. A análise, baseada em dados da Agência Nacional de Águas, abrangeu seis importantes bacias hidrográficas do bioma: Araguaia, Paraná, Parnaíba, São Francisco, Taquari e Tocantins. O Cerrado, responsável pelo abastecimento de oito regiões hidrográficas brasileiras, enfrenta uma redução de 21% nas chuvas e um aumento de 8% na evapotranspiração, indicando um processo de desertificação. O Rio Taquari, vital para o Pantanal, sofreu o maior aumento na perda de água para a atmosfera (12%). O desmatamento para o cultivo de soja intensifica o problema, com a área plantada saltando de 620 mil para 12 milhões de hectares. No caso do Taquari, essa expansão foi de 65,3 mil para 211,5 mil hectares. A pesquisa alerta para o impacto direto no Pantanal, a maior planície alagada do mundo, que depende integralmente das águas do Cerrado.

O levantamento analisou dados da ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico) pelo período de 1970 a 2021, em bacias hidrográficas de seis rios do bioma (Araguaia, Paraná, Parnaíba, São Francisco, Taquari e Tocantins). O cerrado abastece oito regiões hidrográficas do Brasil e cobre 25% do território nacional.

Além disso, as chuvas nas bacias diminuíram 21%, sendo 680 milímetros anuais entre 1970 e 1979 para 539 milímetros entre 2012 e 2021. Também foi identificado encurtamento médio de 56 dias do período de chuva no bioma.

O estudo, divulgado pelo jornal Folha de São Paulo, mostra aumento de 8% na evapotranspiração, que mede a quantidade de água transferida para a atmosfera. O percentual mostra que, na prática, o cerrado está secando.

O Rio Taquari, responsável por abastecer o Pantanal, registrou o maior aumento na evapotranspiração, de 12%, saindo de 117,87 milímetros para 131,64 mm.

"O pantanal, a maior planície alagada do mundo, depende em 100% da água que nasce nas cabeceiras de rios dentro do cerrado. Estamos impedindo que a água chegue até lá e acabando com o Pantanal sem necessariamente ampliar a área desmatada no bioma", alertou o coordenador científico do estudo e doutor em ciências florestais pela UnB (Universidade de Brasília), Yuri Salmona.

O Rio São Francisco teve redução de 50% na vazão, saindo de 823 m³ por segundo de 1970 a 1979 para 414 m³ por segundo de 2012 a 2021. As chuvas diminuíram 28% e a evapotranspiração aumentou em 11%.

O Rio Parnaíba teve redução das chuvas de 38%. Na bacia do Paraná, que alimenta a usina de Itaipu, a vazão do rio caiu 18% e as chuvas também tiveram redução de 21%, entre as décadas de 1970 e 2010.

Vegetação – De acordo com o MapBiomas, a vegetação nas bacias encolheu 22% entre os anos de 1985 e 2022.

Já o desmatamento no plantio de soja aumentou, saindo de 620 mil hectares para 12 milhões de hectares.

No caso do Rio Taquari, o desmatamento para soja saiu de 65,3 mil hectares para 211,5 mil hectares, no mesmo período.

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