Artista leva cores e cultura guarani à principal praça de Ponta Porã

A Praça Pedro Manvailer, em Ponta Porã, já viu muita coisa. Mas nunca esteve tão colorida quanto agora. Quem passa por lá encontra bancos, paredes e murais pintados por Miguela Peralta Moura, artista nascida entre Brasil e Paraguai, que carrega nas tintas um pouco de céu, de história e de afeto.
O projeto se chama Arte na Praça e tem uma missão simples: fazer com que as pessoas se reconheçam no lugar onde vivem. A arte de Miguela tem muito da cultura guarani, coisa que aprendeu desde cedo, com a família, com o entorno, com a vida entre dois países.
Ela pintou símbolos que contam histórias, como o nhanduti e o ao po’i, que vêm da tradição guarani e falam de ancestralidade, de sol, de chuva, de beleza que aparece nos detalhes. Um dos murais, por exemplo, mostra o céu da fronteira no fim da tarde , aquele momento em que tudo fica alaranjado e o povo se junta pra tomar um tereré na praça.
“Eu sempre pintei o céu noturno, mas comecei a ilustrar livros e me apaixonei pelos tons do pôr do sol”, conta Miguela. “Quis trazer esse céu pro chão, pra parede, pro olho de quem passa.”
Ela se inspira em histórias orais, como as do escritor indígena Olívio Jekupé. Uma das que mais gosta é a que diz que o nhanduti nasceu quando o sol bateu numa teia de aranha, depois da chuva, e as cores do arco-íris se espalharam. É mais ou menos isso que ela faz: espalha cor onde antes era só concreto.

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