ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JUNHO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 13º

Economia

Escalada da guerra pode pressionar inflação global e prejudicar MS, diz senador

Presidente da Comissão de Relações Exteriores, Nelsinho Trad diz que diplomacia pode evitar danos à economia

Por Viviane Monteiro, de Brasília | 23/06/2025 13:18
Escalada da guerra pode pressionar inflação global e prejudicar MS, diz senador
Nelsinho Trad (PSD) concede entrevista exclusiva ao Campo Grande News. (Foto: Arquivo/Juliano Almeida)

A escalada da guerra no Oriente Médio, que jogou o mundo na incerteza com os ataques dos Estados Unidos no fim de semana, pode causar impactos consideráveis na economia brasileira e, por consequência, na de Mato Grosso do Sul (MS). A avaliação é do senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

A escalada do conflito no Oriente Médio pode impactar significativamente a economia brasileira e de Mato Grosso do Sul, alerta o senador Nelsinho Trad (PSD-MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado. A principal preocupação é o aumento do preço do petróleo e seus reflexos na inflação global.O fechamento do Estreito de Ormuz pelo Irã, responsável por até 30% do escoamento global de petróleo, pode afetar especialmente o agronegócio sul-mato-grossense. O Brasil, que importa 95% dos fertilizantes utilizados em suas lavouras, tem no Irã e em Israel importantes fornecedores desses insumos.

O temor é de que o aumento das tensões, envolvendo alguns dos maiores produtores de petróleo do mundo possa desencadear um colapso econômico global e pressionar a inflação, com desarranjo no comércio internacional.

“É o combustível que move praticamente toda a economia do mundo e a partir do momento que se arrebentar tudo lá, o preço do petróleo vai estourar e a inflação vai vir galopante”, avalia o senador.

No domingo (22), o Parlamento do Irã aprovou o fechamento do Estreito de Ormuz, responsável pelo escoamento de 20% a 30% da demanda global de petróleo. Trata-se da principal rota de exportação dos países do Golfo Pérsico, como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã, Iraque, Kuwait e o próprio Irã. A decisão, porém, ainda depende da aprovação do Conselho de Segurança iraniano e do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.

Segundo economistas, os primeiros impactos dessa guerra devem ser sentidos nos preços de insumos agrícolas, combustíveis e nos custos logísticos, podendo elevar significativamente o custo de produção do agronegócio em Estados como Mato Grosso do Sul. O Brasil é altamente dependente da importação de fertilizantes, já que mais de 95% do consumo das lavouras são comprados no exterior, principalmente ureia. O Irã e Israel (fornecedor de cloreto de potássio) estão entre os principais fornecedores desses insumos aos produtores brasileiros.

Embora o senador não tenha estimado o impacto direto sobre o comércio exterior sul-mato-grossense — que tem como principais destinos a China, Itália, Holanda e Estados Unidos — ele defendeu a paz e urgência na busca da pacificação são as alternativas para evitar impactos negativos ao comércio mundial. Para Nelsinho Trad, o avanço da violência tem vitimado inocentes que nada têm a ver com o conflito entre as potências.

“A Comissão ‘tem voz’ e baterá nessa tecla, nesta semana, em busca de um gesto de pacificação dos grandes líderes para colocar fim nesses conflitos antes de que a situação fique incontrolável. Estamos à beira de um colapso com riscos inclusive do uso de armas nucleares.”

Para o senador, a ONU mediar um cessar-fogo e buscar solução do conflito pela diplomacia. “É hora de os grandes líderes mundiais, passando pelos líderes religiosos, se manifestarem. Isso tem que ter um esforço de todo mundo para poder resolver essa situação de cessar-fogo e buscar a paz”, disse ele. O Papa, lembra, já deu o recado, ao pedir para “a diplomacia silenciar as armas”.

Nos siga no Google Notícias