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Capital

Aumento no número de moradores de rua reflete na criminalidade da Capital

Mariana Lopes | 23/02/2014 07:44
Maioria dos moradores de rua pratica furtos para sustentar os vícios (Foto: Marcos Ermínio)
Maioria dos moradores de rua pratica furtos para sustentar os vícios (Foto: Marcos Ermínio)

Se comparados os dois primeiros meses de 2013 e 2014, o número de furtos aumentou 5.2% em Campo Grande, de acordo com dados da Sejusp (Secretaria Estadual de Justiça e Segurança Pública). E um dos fatores que refletem diretamente nesta estatística é o crescimento da população de moradores de rua na Capital.

Conforme os dados, foram registrados 1.958 furtos, de 1 de janeiro a 21 de fevereiro de 2013. Enquanto no mesmo período deste ano, o número subiu para 2.061.

Contudo, segundo o presidente do Conselho de Segurança da Área Central, Adelaido Spinosa Vila, isto inda não indica a real situação da criminalidade, pois muitas das vítimas de furto não registram boletim de ocorrência e, sendo assim, não entram na estatística.

De acordo com Adelaido, é importante ressaltar que nem todo furto praticado na cidade é realizado por um morador de rua e que nem todo morador de rua necessariamente pratica furtos.

Contudo, ele alerta que as pessoas nestas condições de vulnerabilidade social estão propensas a praticar delitos. “A maioria é usuário de drogas e acaba furtando para sustentar o vício”, explica o presidente do Conselho de Segurança da Área Central.

Adelino ainda alerta para outra situação que envolve os moradores de rua. Além, dos próprios crimes, eles também atuam como informantes, principalmente os flanelinhas. “Eles têm muita informação sobre a rotina dos pontos que cuidam, sabem horários e costumes das pessoas que passam diariamente pela região”, comenta.

Além destas duas situações, o delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia da Capital, Wellington de Oliveira, aponta outros reflexos do aumento do número de moradores de rua, como a mendicância, tráfico de drogas, perturbação da tranquilidade e até atos obscenos praticados por esses indivíduos.

Com isso, o delegado alerta para um problema social mais abrangente e explica a raiz do dilema. Ele explica que muitas pessoas vêm para cá com o sonho de melhores condições de vida, mas chegam aqui e esbarram com falta de oportunidade e com o desemprego.

“Em Campo Grande falta serviço social para ajudar essas pessoas a voltar para as suas cidades de origem, então elas acabam virando moradores de rua e muitas partem para a criminalidade”, aponta o delegado Wellington.

Para a próxima quarta-feira (26), está marcada uma audiência pública, na Câmara Municipal dos Vereadores, para discutir a situação dos flanelinhas na região central de Campo Grande.

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