Caçula entre quatro filhos, Mayara foi inspirada na música por pai e avô
A dor de um crime bárbaro, obviamente, ainda deixa marcas em quem conviveu com a vítima, principalmente por se tratar de algo ainda tão recente. E assim família e amigos da musicista Mayara Amaral estão, lembrando de sua vida ao invés da atrocidade que levou ela a morte.
Caçula de quatro irmãos, a jovem de 27 anos formou-se no ano de 2011 em Música na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e terminou o mestrado, realizado na UFG (Universidade Federal de Goiás), no ano passado - até metade de 2016, morou em Goiânia (GO) justamente para estudar.
"Agora, prefiro pensar e lembrar dos momentos bons que vivemos juntos, esquecer tudo isso que estão dizendo [sobre o crime]", frisa o pai de Mayara, Alziro Lopes do Amaral, de 61 anos.
A música entrou na vida de Mayara logo cedo, inspirada por Alziro e por seu avô, que também são músicos. "Desde criança ela gostou de música, por eu e o avô dela sermos músicos. Mas foi aos oito anos que resolvemos incentiva-la mais", conta.
"Ela começou a fazer aulas, e de lá pra cá sempre foi uma menina muito dedicada. Era um pouco introvertida, não era tagarela, mas tinha muitos amigos", completa Alziro, durante o velório da filha.
Entre os amigos presentes, estava Jardel Tartari, músico de 31 anos. "Conheci a Mayara em 2006, na faculdade. Ela era bastante querida, mas se destacava mesmo pelo talento que tinha. Era acima da média", afirma.
Reconhecida pelo talento por familiares e amigos, Mayara terminou o mestrado e retornou para Campo Grande, onde passou em um concurso pública da prefeitura para dar aulas de música, que era de fato o que ela gostava, segundo o pai.
O velório da jovem, que está em caixão fechado, começou nesta noite em Campo Grande, quase 24 horas após o corpo dela ser encontrado, parcialmente carbonizado, na estrada que dá acesso às cachoeiras Inferninho e ao Céuzinho. Não há previsão de quando ocorrerá o sepultamento. O trio que cometeu o crime já foi identificado e preso.