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Capital

Cansada de acidentes e perigos, maioria quer pagar por BR duplicada

Aline dos Santos, enviada especial a Bandeirantes, Jaraguai e São Gabriel do Oeste | 23/02/2014 12:45
De São Gabriel do Oeste (foto) à Capital, serão três praças de pedágio. (Foto: Cleber Gellio)
De São Gabriel do Oeste (foto) à Capital, serão três praças de pedágio. (Foto: Cleber Gellio)

Vai doer no bolso, mas o cansaço diante de tantas tragédias e perdas faz com que a maioria dos moradores de cidades do entorno aprove o pagamento de pedágio para circular pela BR-163.

“Se for duplicar, sou a favor. Mas se for só terceira faixa, não vira”, afirma o pecuarista César Augusto Ferreira, 36 anos. Ele conta que morava em Jaraguari, mas veio de mudança para São Gabriel do Oeste com o intuito de reduzir as idas e vindas pela rodovia.

De acordo com dados divulgados pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) em dezembro de 2013, serão nove praças de pedágio. Para percorrer os 140 quilômetros entre Campo Grande e São Gabriel do Oeste, por exemplo, serão três pontos de cobrança.

“Vai encarecer um pouco mais. Mas a BR é mal conservada e tem a questão dos acidentes. Mas vale à pena se for para manter a rodovia tranquila e com segurança”, avalia o comerciante Edenir Marcon, 43. Ele viaja de São Gabriel à Capital a cada 15 dias. “Quando vou para o Paraná, pago pedágio. Mas, se estragar o carro, tem sistema de auxílio”, diz, sobre os serviços oferecidos pela concessionária.

O frentista Elder da Silva Ribeiro, 28, que mora em Jaraguari, também espera que as obras de duplicação resultem em mais segurança e melhor infraestrutura. “Pode melhorar bastante. Estão fazendo recapeamento, mas já apareceram 50 buracos”, reclama.

Para Edenir Marcon, vale à pena pagar por rodovia tranquila. (Foto: Cleber Gellio)
Para Edenir Marcon, vale à pena pagar por rodovia tranquila. (Foto: Cleber Gellio)

Ele conta que na semana passada foi testemunha de mais uma tragédia na estrada. A passageira de uma caminhonete morreu a poucos metros do posto Carretão, onde trabalha.

Mas há quem esperava ver o dinheiro público custeado as obras na rodovia. “Os gastos já são demais da conta, tinha que usar melhor o dinheiro dos imposto”, afirma a comerciante Elair Balzan, 53. Para viajar de São Gabriel do Oeste a Florianópolis, ida e volta, ela pagou R$ 600. “Tem pedágio de R$ 30, R$ 40 e assim vai”, relata.

O contrato com a CCR (Companhia de Participações em Concessões), empresa que venceu leilão para explorar os 847 km da BR-163 em Mato Grosso do Sul, vai assinar contrato no próximo dia 6 de março.

Na análise positiva, a duplicação vai resolver um gargalo logístico, proporcionar maior segurança e reduzir gastos (como combustível e pneu). Porém, a mesma cobrança de pedágio deve encarecer o frete em até 20%, com reflexo direto no bolso dos consumidores.

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