Cerca de 5 mil pedalam e fazem manobras em passeio ciclístico do 1º de Maio
Realizado pela 35ª vez, o evento inclui percurso até o Parque das Nações e sorteio de bicicletas
Tradicional em todo feriado do Dia do Trabalhador (1º) em Campo Grande, o 35º passeio ciclístico da Ciclo Ribeiro reúne cerca de 5 mil apaixonados pelas magrelas e pelo ciclismo. Este ano, o evento traz mais bikes estilizadas, gente que faz manobras e famílias pedalando juntas.
RESUMO
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Cerca de 5 mil ciclistas participaram do 35º passeio ciclístico da Ciclo Ribeiro em Campo Grande, no feriado do Dia do Trabalhador. O evento, tradicional na cidade, reuniu famílias, amantes de bicicletas estilizadas e participantes que exibiram manobras. Entre os destaques, estão um marceneiro que pedalou uma bicicleta com apenas uma roda e um comerciante com uma bike equipada com GPS, caixa de som, seta, contador de quilometragem e câmera. O evento também contou com a presença do grupo de rap Vadios 67, que exibiu suas bicicletas customizadas. A organização sorteou dez bicicletas novas e um participante afirmou já ter ganhado dez vezes nos últimos 15 anos. O passeio teve um percurso de 5,9 km, com acompanhamento de agentes de trânsito e segurança.
Um dos participantes mais ousados desta edição é o marceneiro Everton Jorge da Silva. Dos 12 aos atuais 32 anos, ele honra um só compromisso na data, que é participar do evento.
Jorge renova a companheira de pedal todos os anos. Desta vez, ela tem apenas uma roda. "Faltou um pedaço da bike", brinca, "mas não tinha como perder o passeio, tinha que vir".
"É um pouquinho difícil no início, mas depois que pega o equilíbrio, dá para brincar um pouco. O negócio é fazer as manobras, não pode faltar num dia como hoje, que é muito importante para nós que gostamos de bicicleta", fala o marceneiro.
Ele diz que as melhores partes de participar são a adrenalina com as manobras e os novos amigos que encontra. "Todo ano a gente faz amizade aqui", confirma.
As adaptações são também tecnológicas. A bicicleta do comerciante Amaril Tomaz, 62 anos, é um exemplo: tem GPS, caixa de som, seta, contador de quilometragem e câmera. Mais completa que muito carro.
"Estou há cinco anos participando e modifiquei tudo. Original é só o quadro. Tudo eu mesmo que vou comprando na internet e vou montando. É um hobby, né? Eu sempre gostei de bicicleta, sempre pedalo, é uma coisa que você vicia e além do mais é bom para a saúde", ele conta.
O grupo de rap Vadios 67 também estava lá. O rapper Bodão, Nelson Marques, 39 anos, explicou que vê o evento como cultura de rua.
"A bike faz parte de uma cultura, lowrider, de Los Angeles. Todo ano a gente vem, é legal para expor as bikes e passear também. Não compramos ela assim, vamos montando, customizando. Fica para a vida toda, não para de mexer nunca", disse.
A bicicleta de Nelson vale R$ 5 mil. É o valor de uma moto usada, mas ele não trocaria uma pela outra.
Já a bicicleta que trouxe a diarista Mara Ruth Ribeiro, 48 anos, é sua companheira de trabalho e hoje está à passeio. A ciclista trouxe o neto de 6 anos para curtir o evento pela primeira vez.
"Participei outras vezes, essa é a terceira, trazendo meu neto pela primeira vez. Sempre ando, todos os dias eu vou trabalhar de bike, eu evito pegar ônibus ao máximo. Quero transferir o amor pelo ciclismo para ele. A bicicleta está na rodinha ainda porque ele tem um pouquinho de medo, mas já vai trocar de bike e tirar essa rodinha", diz a avó.
Sorteio - A organização está sorteando 10 bicicletas novinhas nesta edição. Tem muita gente de olho, preenchendo os canhotos e torcendo para estar com o número da sorte.
Salvador Pereira, 66 anos, é designer gráfico e diz já ter ganhado 10 bicicletas ao longo de 15 anos de participação. E olha que ele nem gosta delas.
"Eu pego e vendo para arrumar dinheiro. Moro perto daqui e sempre venho. Agora, se eu ganhar de novo, vou vender ou dar para meu sobrinho. Eu não gosto de bicicleta, eu gosto da farra e do sorteio. Eu vou a pé ou de ônibus até o parque para acompanhar o sorteio", afirma.
Tomar conta das avenidas - Gleison Cleber de Andrade, 47 anos, é um dos organizadores do evento iniciado pelo pai, o empresário e ex-vereador da Capital Clemêncio Frutuoso Ribeiro.
Ele afirma que o objetivo é dar continuidade à tradição, celebrar a memória do pai e comemorar o Dia do Trabalhador reunindo ciclistas para "tomar conta das avenidas por uma causa justa, que é o feriado".
"É um dia em que a família de Campo Grande pode se reunir, curtir, pedalar, fazer exercício. Na nossa cidade, nós não temos tantas opções. Mas hoje é um dia diferente", fala.
A expectativa, segundo ele, era reunir 5 mil ciclistas. "Acho que este ano está sendo o maior de todos", antecipa.
Percurso - A concentração começou às 8h, na Avenida das Bandeiras. Partindo às 9h, os ciclistas passaram pela Rui Barbosa e se encontram no Parque das Nações Indígenas.
O passeio tem 5,9 km e dura em torno de 25 minutos. Agentes da Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Guarda Municipal e Polícia Militar acompanham o evento.
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