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Capital

Cinco décadas após, Mercadão segue como ponto de encontro e turismo

Bruno Chaves e Luciana Brazil | 30/08/2013 14:50
Repleto de variedades, Mercadão completa 55 anos nesta sexta-feira, 30 de agosto (Foto: Cleber Gellio)
Repleto de variedades, Mercadão completa 55 anos nesta sexta-feira, 30 de agosto (Foto: Cleber Gellio)

Completando 55 anos de existência nesta sexta-feira (30), o Mercado Municipal Antônio Valente, o Mercadão, continua atraindo moradores e turistas para suas dependências. Desde 1958, tempo em que cavalos eram amarrados em árvores e tocos, até hoje, quando carros e motos ficam aos montes no estacionamento, o Mercadão se consagrou em Campo Grande e virou um dos pontos turísticos mais visitados da cidade.

“O Mercadão tem aceitação muito grande da população de Campo Grande. É também o maior ponto de visitação dos turistas da cidade”, garantiu o presidente da Associação do Mercadão, Ronald Kanashiro.

Inaugurado na década de 1950, o Mercadão se originou de uma feira livre, um ponto de vendas de carnes e verduras. Ele ocupava uma grande área em local estratégico, nos trilhos da Ferrovia Noroeste, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua 7 de Setembro, segundo arquivos da prefeitura.

Ao longo dos anos, o Mercadão passou a ser referência na comercialização de produtos hortifrutigranjeiros, peixes e especiarias. Durante muito tempo foi um dos poucos locais onde o comércio ficou aberto ao público nos domingos pela manhã.

Tereza acompanhou de perto a evolução do estabelecimento nos últimos 50 anos (Foto: Cleber Gellio)
Tereza acompanhou de perto a evolução do estabelecimento nos últimos 50 anos (Foto: Cleber Gellio)
Bruno e Dalila vão toda semana para comer pastel e fazer compras (Foto: Cleber Gellio)
Bruno e Dalila vão toda semana para comer pastel e fazer compras (Foto: Cleber Gellio)

Por isso, a tradição permaneceu. Até hoje, o local é conhecido como ponto de venda de comidas típicas, carnes, verduras e frutas, além de artesanatos e objetos que lembram a cultura regional.

“Um mercadão não é incomum”, disse o analista de negócios Pedro Alexandre, 28 anos, morador de Teresina (PI). “Mas em Campo Grande, a disposição é diferente”, garantiu dizendo que o lugar atrai mais que outros mercadões.

Junto da namorada, a assessora de imprensa Thamirys Viana, 25 anos, Pedro visita Campo Grande a trabalho. Os dois fazem mestrado no Piauí e vieram à capital sul-mato-grossense para o Congresso de Ciberjornalismo.

“Sempre que chegamos a algum lugar diferente, fazemos questão de conhecer as coisas típicas do local. Entre elas a culinário e os pontos turísticos”, comentou Thamirys, que estava no Box de Pastel comendo, com expressão de satisfação, uma iguaria de carne de jacaré.

O casal afirmou que gostou de Campo Grande, que “é uma cidade acolhedora e com pessoas simpáticas”.

Os amigos Bruno Marietto e Dalila Sueli, ambos de 42 anos, também teceram elogios ao Mercadão. Moradores de Campo Grande, os dois contaram que costumam visitar, todas as semanas, o local. “Viemos para comer pastel e para fazer compras. Hoje o Mercadão oferece muita variedade”, conta Bruno.

Já a dona de um Box de frutas e verduras, Tereza Shiroma, 86 anos, afirmou que acompanhou de perto as mudanças do espaço durante meio século. Há 50 anos ela e o pai, japonês, decidiram trocar uma mercearia da Avenida Calógeras pelo espaço no Mercadão.

“Apesar de o tempo ter passado, muita gente que comprava antigamente e continua comprando”, diz. Para Tereza, os clientes do espaço são fieis e sempre comparecem ao espaço histórico da cidade.

Avanços e reformas – Em 2012, o Mercadão passou por uma reforma de revitalização. As partes elétricas, hidráulicas, de cobertura e pavimentação, entre outras, foram renovadas. Os moradores e os turistas ganharam um Mercadão com nova “cara”.

Mesmo com a repaginação do layout e da estrutura, o Mercadão ainda deve passar por novas reformas nos próximos meses. “Somos os causadores dos problemas de trânsito aqui no Centro, nessa região, por conta do grande acesso nesse local”, conta Ronald.

“O que falta ser feito é a organização do sistema viário, que já tem recurso federal garantido e vai ser encaminhado a Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) para ser aplicado nessa segunda etapa de obras”, explica.

De acordo com o presidente da associação, as novas obras irão organização a estrutura viária da região. “Vai ser unificação da Praça do Índio com o Mercadão, além da moralização da praça, já que ali tem muito marginal”, lembra.

Ronaldo ainda contou que, no máximo em 30 dias, a prefeitura tem que abrir licitação para contratação da empresa que vai executar as obras, que vão dar um corredor exclusivo de ônibus para a Rua 15 de Novembro e uma nova entrada para o Mercadão.

“Vai ter uma nova entrada na frente do Colégio Oswaldo Cruz para quem vem da Rua 26 de Agosto e da Via Morena. A outra entrada continua na Rua 15 de Novembro”, finaliza.

Namorados do Piauí acham que o Mercadão é diferente de outros semelhantes no País (Foto: Cleber Gellio)
Namorados do Piauí acham que o Mercadão é diferente de outros semelhantes no País (Foto: Cleber Gellio)
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