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Direto das Ruas

Quati invade casa, ataca cachorros e família denuncia omissão da PMA

Moradora afirma que policiais se recusaram a capturar o animal mesmo após ataques constantes

Por Gabi Cenciarelli | 30/06/2025 13:53


RESUMO

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Uma família de Campo Grande enfrenta situação de medo após sucessivos ataques de um quati a seus cachorros. O animal silvestre invadiu a residência na Vila Nossa Senhora das Graças diversas vezes desde maio, causando ferimentos graves em um dos cães, que precisou de atendimento veterinário emergencial. A proprietária, Vivian de Souza Quadros, denuncia omissão da Polícia Militar Ambiental, que se recusou a capturar o animal. Segundo ela, os policiais orientaram que a própria família deveria montar uma armadilha. O caso afetou a rotina da casa, com crianças proibidas de ir ao quintal e um dos cachorros tendo que ser removido para outro local.

Desde o fim de maio, Vivian de Souza Quadros, de 40 anos, vive uma rotina de medo dentro da própria casa, onde mora com duas filhas pequenas, na Vila Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande. Um quati tem invadido o quintal quase todos os dias, atacado os dois cachorros da família — um deles, cinco vezes — e, de acordo com a psicóloga, mesmo após pedido de socorro, a Polícia Militar Ambiental se recusou a recolher o animal. Esse caso foi sugerido por leitor que enviou mensagem pelo canal Direto das Ruas.

Segundo Vivian, os policiais disseram que só poderiam agir após a captura do bicho por conta própria, o que ela classifica como negligência. A situação começou em 27 de maio, quando a mulher acordou para trabalhar e encontrou rastros de sangue na calçada. Ao procurar pela cachorra que fica no quintal, descobriu que ela havia sido ferida com cortes profundos na cabeça e na orelha. “A médica disse que o ideal seria sutura, mas como já tinham passado mais de seis horas, não era mais possível”, relata.

Um dos cães foi ferido mais quatro vezes, e o outro chegou a ser atacado pela janela. “No total, foram cinco ataques. Em um deles, minha irmã, que é veterinária, precisou atender minha cachorra, mas ela mora muito longe e nem sempre pode vir.”

Quati invade casa, ataca cachorros e família denuncia omissão da PMA
Cachorrinha Bela atacada pelo quati (Foto: Arquivo Pessoal)

O atendimento emergencial, com antibióticos, anti-inflamatórios, pomadas e colar elizabetano, custou mais de R$ 500. Exames recomendados tiveram que ser adiados por falta de recursos. “Seriam mais R$ 300, mas eu não tinha como pagar”, conta. Mesmo após o tratamento, os ataques continuaram.

Pedido de ajuda - Foi em 19 de junho, no pior dos ataques, que Vivian entrou em contato com a Polícia Militar Ambiental. Dois policiais foram até o local e viram o quati dentro do quintal. “Eles viram minha cachorra ferida, viram o animal ali no terreno, mas disseram que não fazem a captura. Falaram que eu mesma teria que montar uma armadilha e, só depois disso, eles poderiam recolher”, diz.

Ainda segundo ela, os policiais indicaram um número do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), mas nenhuma das tentativas de contato foi bem-sucedida. “Expliquei que estava com medo, que não tenho equipamento nem preparo. Mesmo assim, disseram que era assim que funcionava.”

Quati invade casa, ataca cachorros e família denuncia omissão da PMA
Quati na casa que invadiu (Foto: Arquivo Pessoal)

Problema sem solução - Sem alternativas e temendo novos ataques, Vivian levou a cachorra para a casa da irmã, mesmo sem espaço adequado. “Ela chora muito lá, estranha o ambiente. Mas está segura. Eu queria trazê-la de volta, mas não posso. Enquanto esse animal estiver rondando, ninguém aqui em casa está seguro.”

O problema afetou também a rotina da casa. As crianças estão proibidas de ir ao quintal, e até tarefas simples, como lavar roupa, passaram a ser feitas somente durante o dia. “Minha filha está tendo pesadelos frequentes. Ela já viu o animal, viu a cachorra ensanguentada e chorava a cada ataque. É desesperador.”

Sem poder manter o cachorro — fiel companheiro das filhas — em casa, Vivian diz estar se sentindo desamparada, o que a levou a enviar e-mails à corregedoria e à ouvidoria da PMA, além do Ibama, denunciando o que chama de omissão no atendimento. “Pedi confirmação de leitura, ninguém leu, ninguém respondeu. A Polícia foi lá, mas não resolveu nada. Me sinto negligenciada e sem saber a quem recorrer.”

Resposta - A equipe de reportagem do Campo Grande News procurou a Polícia Militar Ambiental. Em nota, a assessoria de imprensa confirmou que atendeu prontamente uma solicitação referente à presença de um quati em uma residência, que teria causado ferimentos em um cachorro. No local, a equipe confirmou a presença do animal, que, por estar saudável e ágil, conseguiu fugir antes de ser capturado.

Após contato com o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), foi orientada a instalação de armadilha e repassadas recomendações para evitar a atração de animais, como a retirada de alimentos da área externa. Também foi disponibilizado o contato direto do CRAS para eventuais dúvidas. Até o momento, não houve novo acionamento, explicou a PMA.

Também foi reforçado que a captura de animais silvestres é uma de suas atribuições legais da PMA e que todas as ocorrências são atendidas com responsabilidade. Por fim, lamenta o ocorrido com o animal doméstico e reitera seu compromisso com a proteção da fauna e o atendimento à população.

**** Texto alterado às 18h30 para acréscimo de resposta.

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