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Economia

Michelle monta negócio e realiza o sonho de devolver cartão do auxílio social

Com o MS Social, ela conseguiu criar as filhas e agora saiu do programa após conquistar autonomia financeira

Por Ketlen Gomes | 30/06/2025 17:35
Michelle monta negócio e realiza o sonho de devolver cartão do auxílio social
Michelle foi beneficiária de programa social e hoje é dona de lanchonete. (Foto: Osmar Veiga)

Programas sociais costumam ser alvo de críticas, acusados de promover dependência e acomodação. Mas histórias como a de Michelle Lopes Pereira, de 42 anos, mostram que o apoio do Estado pode ser, na verdade, o impulso necessário para que famílias em situação de vulnerabilidade retomem o controle da própria vida. Com a ajuda do programa Mais Social, bancado pelo governo de Mato Grosso do Sul, ela criou as filhas, driblou dificuldades, abriu uma lanchonete e conseguiu abrir mão do benefício.

RESUMO

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Michelle Lopes Pereira, de 42 anos, transformou sua vida com ajuda do programa social Mais Social, antigo Vale Renda. Beneficiária do auxílio de R$ 80 mensais, ela investiu em materiais para produzir salgados em casa, conciliando o cuidado das filhas com a geração de renda extra, enquanto seu marido trabalhava como pedreiro. O casal expandiu o negócio gradualmente, passando da venda em fábricas para a abertura de uma lanchonete própria. Após conquistar estabilidade financeira, Michelle optou por deixar o programa voluntariamente há dois anos. Hoje, ela emprega outras pessoas e faz parte das 25.204 pessoas que se desligaram do Mais Social nos últimos anos em Mato Grosso do Sul.

Michelle não se recorda exatamente o ano em que começou a receber o Mais Social, que na época ainda chamado de Vale Renda, no valor de R$ 80 mensais. Mas diz que buscou o auxílio porque não conseguia trabalhar fora de casa enquanto cuidava das filhas pequenas. O salário do marido, Gilberto Godoi Rocha, de 69 anos, que atuava como pedreiro, não era suficiente para arcar com todas as despesas da família.

Com o dinheiro do benefício, Michelle começou a investir em materiais para gerar uma renda extra. Costureira e também habilidosa na cozinha, ela passou a fazer salgados para vender. Como o trabalho podia ser feito em casa, conciliava os cuidados com as filhas e ainda ajudava na renda familiar.

“Foi uma fase muito difícil. Ele trabalhava de pedreiro, carpinteiro, fazia limpeza. Eu me lembro de um dia em que fiquei com dó dele, no sol quente, no quintal, e disse: ‘Vou tirar uma parte do Vale Renda e comprar uma máquina para você, uma daquelas roçadeiras’. Foi a primeira coisa de trabalho que comprei, parcelado, contando com aquele dinheirinho”, lembra Michelle.

O casal também vendia salgados em uma fábrica. Levavam os produtos em uma caixa térmica e ficavam na carroceria do carro para atender os clientes. Com a chegada da pandemia, no entanto, não puderam mais entrar no local e precisaram interromper as atividades por um tempo. Quando retomaram, montaram um barracão de madeira e um trailer, mas uma mudança na diretoria da fábrica exigiu que deixassem o espaço.

Michelle monta negócio e realiza o sonho de devolver cartão do auxílio social
O casal atualmente tem um local estruturado e trabalha junto na lanchonete. (Foto: Osmar Veiga)

A solução veio com a ajuda do novo diretor, que ofereceu uma estrutura mais adequada para o trabalho. A partir disso, Michelle e o marido conseguiram ampliar o negócio e, após alguns meses, deixaram de receber o benefício do programa social.

“Não dá pra ficar recebendo enquanto tem um monte de gente precisando, né? Então, nada mais justo [do que sair do programa]. Hoje tenho funcionárias. São meninas que trabalham comigo e vejo o quanto elas também necessitam”, relatam.

Com a ajuda do Mais Social, o casal conseguiu criar as duas filhas, hoje com 26 e 21 anos. Quando perceberam que já era possível seguir sem o auxílio, decidiram se desligar voluntariamente do programa há cerca de dois anos.

Assim como Michelle, outras 25.204 pessoas foram desligadas do Mais Social nos últimos anos. Segundo dados da Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos), 19.288 beneficiários deixaram o programa em 2023, e outros 5.916 encerraram a participação em 2024.

No combate à miséria, o programa de transferência de renda atende hoje 38.582 beneficiários com auxílio mensal de R$ 450 para compra de alimentos, gás e produtos de higiene. A iniciativa também inclui a entrega de cestas básicas em aldeias indígenas, com itens adaptados à realidade cultural dos povos originários. Em junho, 19.899 cestas foram distribuídas em 86 aldeias de 27 municípios.

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