Nove anos depois, Isa e Fera provam que segunda chance na natureza é possível
Projeto Onçafari celebra marco da reintrodução bem-sucedida de felinos no Pantanal
O mês de junho é especial para quem acredita na conservação da vida selvagem. Foi em 9 de junho a data exata que marca os nove anos que as onças-pintadas Isa e Fera foram reintroduzidas na natureza, no Pantanal sul-mato-grossense.
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Isa e Fera, onças-pintadas reintroduzidas no Pantanal há nove anos, simbolizam a esperança na conservação da vida selvagem. Órfãs desde filhotes, elas foram reabilitadas pelo projeto Onçafari e, após um ano de preparação, voltaram à natureza. O sucesso da reintrodução se confirma com a procriação das onças, que já são avós e contribuem para a recuperação da população desses felinos na região. A iniciativa demonstra que a reabilitação de animais silvestres é possível com esforço e respeito à natureza.
O feito, liderado pelo projeto Onçafari com apoio de instituições parceiras, virou símbolo de esperança, superação e preservação da biodiversidade.
A história das irmãs começou com tragédia. Ainda filhotes, com apenas quatro meses de idade, Isa e Fera perderam a mãe, morta após fugir de uma enchente em Corumbá. As pequenas onças poderiam ter passado o resto da vida em cativeiro, mas a equipe do Onçafari fez a pergunta que mudou tudo,"por que não dar a elas uma segunda chance?"
Com esse desafio em mente, foi construído um recinto de 1 hectare na Caiman, no coração do Pantanal. Ali, por um ano inteiro, as irmãs viveram isoladas de qualquer contato humano. “Elas precisavam entender que o ser humano é algo a ser evitado na natureza”, explica uma das responsáveis pelo projeto.
Durante esse tempo, Isa e Fera aprenderam tudo o que uma onça precisa para sobreviver por conta própria, como caçar, se comunicar entre si e se comportar como animais selvagens. Cada progresso era monitorado à distância. Quando chegou a hora, as duas receberam colares com GPS e foram soltas definitivamente.
O resultado superou as expectativas. As onças prosperaram, foram aceitas pelo grupo de felinos da região e se multiplicaram. Hoje, nove anos depois, já são mães, avós e, possivelmente, bisavós. “Elas proporcionaram centenas de avistamentos à nossa equipe e muito aprendizado. Isa e Fera são um marco para a conservação”, comemora a equipe do Onçafari.
A data não celebra apenas duas onças. Representa um marco na luta pela reabilitação de animais silvestres, mostrando que com esforço, respeito e parceria, é possível reverter destinos aparentemente traçados. “É um trabalho de formiguinha, mas que no final das contas vale muito a pena. Vida longa a Isa, a Fera e a todos os seus descendentes”, finaliza a equipe.
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