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Capital

Com casos de covid em queda, júri do assassino confesso de Carla terá plateia

Julgamento do servente de pedreiro inaugura "novo normal" para casos da 2ª Vara do Tribunal do Júri

Anahi Zurutuza | 10/08/2021 16:19
Ao centro, juiz Aluízio Pereira dos Santos durante sessão. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)
Ao centro, juiz Aluízio Pereira dos Santos durante sessão. (Foto: Henrique Kawaminami/Arquivo)

Com casos de covid em franca queda em Mato Grosso do Sul e por se tratar de caso de repercussão, o juiz Aluízio Pereira dos Santos decidiu abrir as portas do plenário para quem quiser acompanhar o julgamento de Marcos André Vilalba Carvalho, 22 anos, acusado de raptar, estuprar e matar a vizinha, Carla Santana Magalhães, 25, em Campo Grande. Familiares do réu e da vítima terão preferência na composição da plateia.

O júri do servente de pedreiro inaugura nova fase na da 2ª Vara do Tribunal do Júri. “Adoto novas regras a serem seguidas no júri e noutros afetos ao Tribunal do Júri desta vara, tendo em vista que são públicos e, portanto, não sigiloso”, destaca o magistrado na decisão de permitir a volta do público aos julgamentos. Até então, por causa do perigo de contágio com a covid-19, somente jurados, juiz, equipe de suporte e advogados reuniam-se no mesmo ambiente. Até réus e testemunhas, na maior parte dos casos, eram ouvidos por videoconferência.

Das 116 cadeiras disponíveis, 20 poderão ser ocupadas, estabeleceu Pereira dos Santos. A plateia não pode se manifestar, nem usar camisetas, por exemplo, que possam influenciar na decisão dos jurados.

O juiz destaca que outros “eventos” já podem ser realizados, agora que Campo Grande tem 38% da população imunizada contra a covid e 58% com ao menos uma dose no braço. “Não mais se vivencia o momento crítico nesta Capital e no Estado sobre a pandemia da covid-19, inclusive, com flexibilização de muitos eventos, retorno do serviço público de forma gradual”.

Pereira dos Santos determina, contudo, que cuidados sejam mantidos. “As demais regras como uso de máscara, álcool, depoimentos, interrogatório, acompanhamento dos debates por videoconferência, etc, são as mesmas seguidas no cotidiano do júri”, anotou o juiz.

Os julgamentos de crimes dolosos contra a vida foram suspensos em março do ano passado, quando a pandemia "aportou" em Mato Grosso do Sul, e só foram retomados em setembro de 2020, com muito mais limitações.

Marcos André sequestrou e matou Carla no dia 30 de junho do ano passado, segundo acusação. (Fotos: Reprodução)
Marcos André sequestrou e matou Carla no dia 30 de junho do ano passado, segundo acusação. (Fotos: Reprodução)

Sexta-feira 13 - Réu confesso do brutal crimes contra Carla Magalhães, Marcos André vai júri no dia 13 de agosto, próxima sexta-feira. Conforme decisão do titular da 2ª Vara do Tribunal do Júri, o acusado vai se sentar no banco dos réus para ser julgado por homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, estupro, vilipêndio (estupro após a morte) e ocultação de cadáver.

Carla despareceu na noite de 30 de junho do ano passado, no Bairro Tiradentes, em Campo Grande. A busca terminou em 3 de julho, num cenário trágico: o cadáver da jovem apareceu nu, na calçada de um bar, na mesma rua onde ela sumiu.

No dia 19 de julho, Marcos foi abordado por policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar, que encontraram vestígios de sangue dentro da quitinete onde ele morava, ao lado da casa da vítima. Responsável pela investigação, a equipe da DEH (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios) foi ao local e o prendeu.

Em todo o tempo que foi ouvido, o assassino deu apenas uma suposta motivação: o fato de Carla não tê-lo cumprimentado durante encontro na rua de casa. Ele está preso no Instituto Penal de Campo Grande.

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