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Capital

Comerciante atacada pelo ex abre lista de atendidas por cirurgias gratuitas

Os primeiros procedimentos cirúrgicos começam em março e vão contemplar seis vítimas de violência doméstica

Por Viviane Oliveira | 24/01/2025 10:49
Comerciante atacada pelo ex abre lista de atendidas por cirurgias gratuitas
Mulher com a perna machucada aguardando para registrar b.o na Deam é um exemplo de vítima de violência doméstica (Foto: arquivo / Marcos Maluf)

Comerciante, de 42 anos, está feliz com a oportunidade de reconstruir parte do braço esquerdo após levar um tiro do ex-companheiro há dois anos. Ela faz parte do grupo de mulheres que foram vítimas de violência doméstica e vão participar do Projeto Recomeçar, lançado pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) para cirurgias reparadoras.

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul lançou o Projeto Recomeçar, que oferecerá cirurgias reparadoras a vítimas de violência doméstica com lesões físicas. Inicialmente, 14 mulheres foram selecionadas, sendo que 6 delas serão submetidas a procedimentos cirúrgicos a partir de março. O projeto visa minimizar as marcas físicas e o sofrimento emocional decorrente da violência, auxiliando na recuperação e na autoestima das vítimas, incluindo também crianças e adolescentes.

Os primeiros procedimentos cirúrgicos começam em março. “Graças a Deus eu sobrevivi depois de levar um tiro, mas perdi o movimento do braço esquerdo e não posso mais trabalhar. Me aposentei por invalidez. Ainda sinto muita dor, não só física, mas emocional também. A cicatriz no braço é grande e só utilizo roupas que escondem. Fiquei muito feliz quando me ligaram para perguntar se eu tinha interesse em fazer uma cirurgia plástica reparadora. É claro que eu aceitei. Vai me ajudar na recuperação e a fortalecer minha autoestima”, declarou.

Segundo a desembargadora Jaceguara Dantas, da Coordenadoria Estadual da Mulher em Situação de Violência, o Projeto Recomeçar vai oferecer às vítimas de violência doméstica e familiar procedimentos médicos reparatórios, com a finalidade de minimizar marcas ou dores físicas. Dessa forma, pretende-se aliviar o sofrimento emocional e psíquico das vítimas, diante dos sentimentos de vergonha e exposição social quando questionadas sobre as cicatrizes e lesões aparentes.

No total, 14 vítimas foram identificadas e aceitaram passar por avaliação médica nesta primeira etapa do projeto após relatarem lesões físicas aparentes decorrentes de violência doméstica. Dessas 14, seis tiveram indicação para cirurgia reparadora. As vítimas avaliadas são dos municípios de Aquidauana, Campo Grande, Dois Irmãos do Buriti, Fátima do Sul, Glória de Dourados, Jardim, Maracaju e Mundo Novo. O projeto também contempla crianças e adolescentes vítimas de violência.

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