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Capital

Corpo encontrado em córrego pode ser de rapaz desaparecido há 15 dias

Vítima teria sido ameaçada por uma facção criminosa e é procurada desde 27 de dezembro

Geisy Garnes e Viviane Oliveira | 11/01/2019 11:32
Bermuda que o homem vestia (Foto: divulgação/Polícia Civil)
Bermuda que o homem vestia (Foto: divulgação/Polícia Civil)

Polícia Civil investiga se o corpo esquartejado encontrado na tarde desta quinta-feira (10) no córrego Guariroba, localizado na BR-262 em Campo Grande, é de Alex Mohd Jaber, de 36 anos. “Keko”, como é conhecido, desapareceu no dia 27 de dezembro depois de receber ameaças de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

No dia 28 de dezembro a família do desaparecido procurou a polícia contando que Alex passou três anos preso, mas em outubro conseguiu a liberdade. Durante dois meses morando com os pais, foi procurado várias vezes para voltar ao mundo do crime e revender drogas na região do Jardim Samambaia.

Conforme o registro policial feito na época, ele negou participar do esquema de tráfico de drogas e foi ameaçado de morte por um integrante do PCC, que se intitulou disciplina da facção. No dia 27 foi visto pela última vez e desde então era procurado pela família e pela DEH (Delegacia Especializada de Repressão a Crimes de Homicídio).

Sem possibilidade de reconhecimento, já que só parte do corpo foi encontrada, a polícia espera exames de DNA para confirmar se a vítima morta é de fato Alex. Parentes de “Keko” também devem fazer o reconhecimento de objetos encontrados com o corpo, como um chaveiro com a letra b.

Os quatro números de telefone encontrados com o corpo também são alvos de investigação. A suspeita é de que os contatos sejam de presidiários. O Campo Grande News ligou para todos os números, mas apenas um atendeu. Do outro lado da linha, um homem que não quis se identificar demonstrou surpresa e afirmou não ter amigos desaparecidos.

Um segundo telefone só funciona como WhatsApp. Na foto de perfil, um homem que aparenta ter de 40 a 50 anos, posa para foto no meio do pátio de um presídio. Ao fundo é possível ver outros presos conversando, colchões no chão e roupas penduradas em um varal. Os outros dois números, a reportagem não conseguiu contato.

Alex responde na justiça há quatro processos – três por roubo e um por receptação – e estava preso pelo assaltado a um homem em abril de 2011. Pelo crime, que aconteceu na Vila Planalto, foi condenado a 10 anos de prisão, mas após três anos de pena recebeu a liberdade condicional. Desde outubro do ano passado estava na rua, cumprindo medidas cautelares, como não sair de saca depois das 20 horas, para continuar livre.

O caso – O corpo foi encontrado na tarde de ontem, preso em alguns galhos às margens do córrego, por dois banhistas. Assustados, as testemunhas foram embora. O caso só chegou à polícia horas depois, quando uma terceira pessoa ouviu a história e resolveu ligar para o 190.

Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram acionados, e ao retirarem o corpo perceberam que a vítima estava mutilada, com as duas pernas amputadas, na altura do joelho e sem o tronco. Foram feitas buscas no entorno, mas a cabeça, braços e pernas não foram encontrados.

A vítima vestia uma bermuda jeans azul com cinto cinza, portava chaveiro com a letra b, molho de chaves e alguns recortes de papel com quatro números de telefone celular. Segundo o delegado Márcio Obara, titular da DEH, em casos como esse é essencial que moradores entrem em contato com a polícia imediatamente. “As testemunhas não são responsabilizadas de maneira nenhuma. Nesse caso poderíamos ter encontrado outras partes do corpo, que ajudariam na identificação”.

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