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Capital

Depoimentos da CPI do Táxi vão começar por donos de 90 alvarás

‘Rei dos táxis’ morreu no ano passado, mas comissão convocou a mulher e o filho dele para explicar como conquistaram tantas licenças

Anahi Zurutuza e Richelieu de Carlo | 05/07/2017 08:19
Táxi passa em frente à Câmara Municipal, que convocou permissionários para explicações (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)
Táxi passa em frente à Câmara Municipal, que convocou permissionários para explicações (Foto: Marcos Ermínio/Arquivo)

Os primeiros a depor na CPI do Táxi, aberta pela Câmara Municipal, são integrantes de duas famílias que detém ao menos 90 alvarás para lucrar com os carros de aluguel por Campo Grande. Na Capital, existem hoje 490 permissões e só os dois clãs detém 18% das concessões.

Moacir Joaquim de Matos, que morreu no dia 31 de outubro do ano passado, foi dono da Rádio Táxi, pioneira no serviço de acionamento das caronas por meio de equipamentos de rádio. Matos, que chegou a ser conhecido na cidade como o “rei dos táxis”, tinha frota com 51 veículos.

Só no nome dele estão 27 alvarás, que agora pertencem ao espólio da família. A mulher dele, Francisca Pereira dos Santos, tem 15 licenças e o filho Elton Pereira de Matos, outras nove.

Francisca e Elton terão de explicar aos vereadores integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito como conquistaram tantos alvarás.

Moacir de Matos veio para a Capital em 1975 (Foto: Arquivo pessoal)
Moacir de Matos veio para a Capital em 1975 (Foto: Arquivo pessoal)

Maior frota – Em outubro do ano passado, o advogado Osvaldo Pimenta de Abreu, que representava a família de Moacir, revelou ao Campo Grande News que o empresário era “o maior comprador de Wolkswagen de Mato Grosso do Sul”. Além da frota de táxi, ele era dono de empresa de locação de veículos.

Moacir de Matos nasceu na cidade de Valparaíso, São Paulo. Em julho de 1956 seus pais chegaram a então Vila Glória, que hoje é município de Glória de Dourados, no então Mato Grosso.

Em novembro de 1975, ele chegou a Campo Grande e começou a trabalhar como motorista de táxi auxiliar e foi em 1977 que se tornou dono de seu primeiro táxi.

Em 1987, já proprietário de uma pequena frota de sete veículos, fundou uma cooperativa de taxistas e a Rádio Táxi.

Táxis estacionados em ponto da Capital (Foto: André Bittar/Arquivo)
Táxis estacionados em ponto da Capital (Foto: André Bittar/Arquivo)

Segundo lugar – A família de Orocídio de Araújo também foi chamada. Ele, a mulher, Maria Helena Juliace de Araújo, o irmão dela, Benevides Juliace Ponce, e a esposa deste último, Gleicekermen Bogarim Godoy Ponce, têm juntos 39 carros.

Na lista de permissionários da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) aparecem outras pessoas com os sobrenomes Juliace, Ponce e Araújo, mas só os dois casais citados foram chamados para depor.

Outras convocações – Foram convocados ainda os donos de frotas cujas empresas operam nos mesmos endereços, como é o caso de Marco Aurélio Ferreira e Maria de Lourdes Dantas Ferreira, e Nelson Kohatsu e Vanilde Roberti.

Também foram chamados: Maria Helena Martins Panissa Startari, Antônio Oliveira dos Santos, Márcia Oshiro e Cleoneve Flávio da Silva.

CPI - A comissão investiga a existência de monopólio das concessões de táxis em Campo Grande. Criada em 27 de abril deste ano, o prazo legal para a condução dos trabalhos da CPI é de 90 dias, prorrogáveis por mais 90.

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