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Capital

Dor e silêncio: família se despede do jovem morto em caso suspeito de metanol

Investigação recolheu garrafas em mercado e conveniência próximos à casa da vítima no Jardim Nashville

Por Kamila Alcântara e Gabi Cenciarelli | 04/10/2025 15:18
Dor e silêncio: família se despede do jovem morto em caso suspeito de metanol
Sala onde Matheus está sendo velado, em uma Pax de Campo Grande (Foto: Osmar Veiga)

O clima foi de comoção e revolta no velório do Matheus Santana Falcão, de 21 anos, que morreu após passar mal e ser atendido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário, em Campo Grande. O caso é investigado pela Polícia Civil como a primeira morte em Mato Grosso do Sul com suspeita de intoxicação por metanol em bebida alcoólica adulterada.

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O jovem Matheus Santana Falcão, de 21 anos, foi velado em Campo Grande em meio à comoção de familiares e amigos. Sua morte está sendo investigada pela Polícia Civil como possível primeira vítima de intoxicação por metanol em bebida adulterada em Mato Grosso do Sul. O caso gerou revolta entre familiares, que relatam possível negligência no atendimento na UPA Universitário. A polícia recolheu garrafas de bebidas alcoólicas de estabelecimentos próximos à residência da vítima e aguarda resultados de exames laboratoriais para confirmar a causa da morte.

Na tarde deste sábado (4), cerca de 30 pessoas acompanharam a despedida, marcada pela presença de vizinhos e familiares próximos. A mãe, que já havia dado entrevista ao Campo Grande News na sexta-feira, preferiu não falar desta vez, mas foi acolhida por vizinhos e parentes.

Entre os familiares, a aposentada Antônia Duarte, 58 anos, tia do rapaz, descreveu o sobrinho como alguém reservado, mas afetuoso com a mãe e os parentes. “Era um ótimo guri. Nunca brigou, respeitava todos. Ele era caseiro, só saía com a mãe para o mercado. Um menino muito novo, com 21 anos. A gente não sabe o que aconteceu, mas ele era uma pessoa muito boa”, afirmou.

Dor e silêncio: família se despede do jovem morto em caso suspeito de metanol
Antônia Duarte, tia de Matheus, durante o velório (Foto: Osmar Veiga)

Paulino Alves da Silva, 57 anos, pintor e amigo da família, lembrou da semelhança entre o destino do jovem e o do pai, que também teve problemas relacionados ao consumo de álcool. Ex-dependente químico, ele aproveitou para deixar um alerta.

“Hoje em dia está difícil: a juventude procura preencher um vazio com bebidas e drogas. Só que o caminho não é esse. Matheus poderia ter tido outro destino. Infelizmente, foi levado tão cedo. O recado que eu deixo é que só existe um caminho para mudar de vida: buscar a Deus e se afastar desse ambiente”, disse.

Uma vizinha, auxiliar de cozinha de 48 anos, contou que já passou por situação semelhante na mesma unidade de saúde onde o jovem morreu. Segundo ela, pacientes usuários de álcool ou drogas enfrentam descaso no atendimento.

Dor e silêncio: família se despede do jovem morto em caso suspeito de metanol
Despedida reuniu familiares e amigos, que ainda não acreditam na fatalidade (Foto: Osmar Veiga)

“Meu filho já ficou dias esperando vaga na UPA. Já vi gente morrer ali porque não tinha familiar para ajudar. Quando percebem que a pessoa tem histórico de bebida, mandam esperar. São seres humanos também. A mãe desse menino pediu ajuda, mas foi descaso. Eu entendo a dor dela, porque já passei por isso”, relatou.

Investigação - O caso segue em investigação pela Polícia Civil, que recolheu garrafas de cachaça e vodka vendidas em estabelecimentos próximos à casa do jovem, no Jardim Nashville. Amostras de sangue e urina foram encaminhadas para análise laboratorial, que deve confirmar se houve intoxicação por metanol.

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