El Kadri contesta médicos e diz que negociou pagamento
Segundo diretor do hospital, equipe foi avisada do atraso neste mês por falta de pagamento dos convênios
Com cerca de R$ 8 milhões a receber de convênios feitos ainda na época da pandemia, o Hospital El Kadri confirma falta de pagamento de médicos, mas garante que já havia avisado que apenas neste mês o salário sairia com 10 dias de atraso.
“Somos o único hospital particular da cidade que atende a todos os convênios. Mas quando recebemos atrasado temos de tirar dinheiro de qualquer lugar para pagar salários. Acontece que chegou ao limite os débitos que eles têm com a gente”, explica o diretor do El Kadri, Mafuci Kadri.
No fim de semana, médicos, enfermeiros e fisioterapeutas reclamaram do atraso.
Preocupado com a situação, ele diz que colocou todos os imóveis que o grupo tem na cidade à venda, inclusive, a antiga pedreira no bairro São Francisco. “Mas o povo não quer pagar em dinheiro, quer fazer outros tipos de negócio que para mim não interessam”, responde.
Para deixar a equipe a par da situação, a diretoria convocou uma reunião com todos os líderes do hospital na semana passada. Mas também negociou anteriormente com alguns especialistas. “Devíamos alguns cirurgiões e já acertamos como será o pagamento, parcelado”, diz Mafuci.
Ele lembra que grandes grupos nacionais compraram todos os hospitais particulares de Campo Grande e outros restringiram o atendimento, enquanto o El Kadri segue “firme, como único particular que atende a todos os convênios. A Unimed, por exemplo, se fechou entre si lá no hospital deles. Nós somos os únicos legitimamente de Mato Grosso do Sul que continua sem atender apenas ao SUS”.
Mafuci também reclama do poder público nada laico. “Por questões religiosas, estão beneficiando os hospitais evangélicos, fortalecendo o Pênfigo. Estamos sofrendo um boicote”, protesta.