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DEZEMBRO, QUARTA  25    CAMPO GRANDE 25º

Capital

Ele não para: homem que interditou rua protesta pelado e choca vizinhança

Morador da Rua Planalto cobra indenização por desapropriação feita pela prefeitura

Guilherme Correia | 27/03/2023 10:10

José Fernandes da Silva, de 52 anos, foi flagrado nu na sacada de sua casa, na Rua Planalto, no Jardim Paulista, em Campo Grande, em protesto contra a Prefeitura da Capital, que, segundo ele, não pagou indenização por desapropriação. A manifestação, no entanto, foi vista de forma negativa pela vizinhança e boletim de ocorrência foi registrado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário).

A situação aconteceu no último sábado (25). A Polícia Militar foi acionada na residência, após denúncias de que o homem corria pelado atrás de meninas no quintal de sua casa. No entanto, a mulher dele afirmou que estava tudo bem e que não havia agressões contra as filhas, que têm entre 15 e 6 anos.

O Conselho Tutelar foi acionado e uma visita técnica foi agendada para esta segunda-feira (27), a fim de “avaliar as condições da moradia e garantir o bem-estar e a segurança das crianças envolvidas”.

Ao menos, três testemunhas relataram que José tem causado transtorno aos vizinhos, já que interdita a rua com entulhos - uma das pistas da via segue bloqueada. Entretanto, afirmaram que não viram o homem correndo pelado atrás de crianças.

Segundo o documento policial, os policiais avaliaram que o flagrante delito expirou, já que a situação havia acontecido anteriormente e não foi presenciada pelos agentes.

Contudo, imagens foram registradas por um vizinho e mostram o homem sem roupas na sacada de sua residência, onde há gradil de vidro, que possibilita que os transeuntes presenciem a situação.

De acordo com o Código Penal, o crime de ato obsceno, previsto no artigo 233, preceitua “praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público”, com pena de detenção de três meses a um ano, ou multa.

Ainda que ele estivesse dentro da própria casa, caso seja comprovado que a exibição tenha sido intencional, o ato pode ser considerado crime.

José durante protesto no início do mês. (Foto: Alex Machado/Arquivo)
José durante protesto no início do mês. (Foto: Alex Machado/Arquivo)

Indenização - Desde o início de março, o Campo Grande News tem noticiado a situação do morador, que realiza suposto protesto para cobrar indenização da prefeitura. Na última quinta-feira (23), ele queimou calçados, travesseiros e até colchão na esquina da casa.

José havia relatado que reivindica pagamento de aproximadamente R$ 1,3 milhão pela desapropriação de terrenos dele na época da execução do projeto Cabaça/Areias, de 2009, que abriu vias e realizou obras de drenagem na área citada.

A Prefeitura de Campo Grande foi condenada a pagar R$ 106.600,03 a José pela desapropriação, mas avaliação pericial feita a pedido do beneficiário identificou que o valor real seria de R$ 129.734,84. José diz que nunca recebeu valor algum. Segundo a defesa dele, a indenização ainda está depositada em conta judicial.

Já foi dito por vizinhos que a situação acontece há anos e que, mesmo após ações de limpeza, ele joga lixo novamente.

(*) Matéria alterada para acréscimo de informação às 16h57.

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