ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram Campo Grande News no TikTok Campo Grande News no Youtube
JULHO, SEXTA  25    CAMPO GRANDE 29º

Capital

Empresário preso com armas pela PF já baleou o próprio filho por dívida

Após pagamento de fiança de R$ 5 mil, suspeito deixou a delegacia em menos de 24 horas

Por Gabi Cenciarelli | 24/07/2025 14:51
Empresário preso com armas pela PF já baleou o próprio filho por dívida
Eder é apontado como autor de tentativa de homicídio contra o filho (Foto: Direto das Ruas)

Suspeito de atirar no próprio filho em 2019 por causa de uma dívida de R$ 2 milhões, o empresário Eder Lincoln Gonçalves da Cunha voltou às páginas policiais nesta semana. Preso nesta terça-feira (23) durante a Operação Portare, ele foi solto na manhã desta quarta-feira (24), após pagar fiança de R$ 5 mil. Dono da Cunha Locação Serviços & Transportes Ltda, Eder foi autuado por posse ilegal de arma de fogo após a Polícia Federal encontrar duas armas e munições no escritório dele, em Campo Grande.

RESUMO

Nossa ferramenta de IA resume a notícia para você!

Empresário Eder Lincoln Gonçalves da Cunha, preso por posse ilegal de armas, é investigado por fraude em contratos públicos. A Polícia Federal encontrou uma pistola 9mm, um revólver calibre .38 e munições em seu escritório durante a Operação Portare, que apura desvio de recursos na saúde indígena. Cunha pagou fiança e foi liberado. Em 2019, o empresário foi acusado de atirar no próprio filho após uma discussão sobre uma dívida de R$ 2 milhões. A vítima sobreviveu e o processo segue em andamento. A Operação Portare investiga contratos superfaturados entre a empresa de Cunha e o Distrito Sanitário Especial Indígena de Cuiabá, com prejuízo estimado em R$ 1,3 milhão.

Os agentes apreenderam uma pistola calibre 9 mm, um revólver calibre .38 e diversas munições escondidas em gavetas do escritório privativo do empresário, no segundo andar da empresa localizada na Avenida Fernando Correa da Costa. O flagrante aconteceu durante o cumprimento de um dos mandados de busca e apreensão da operação, que apura fraudes na contratação de veículos pelo DSEI-Cuiabá (Distrito Sanitário Especial Indígena).

Empresário preso com armas pela PF já baleou o próprio filho por dívida
Marcas de sangue na casa onde o rapaz foi baleado pelo pai em 2019 (Foto: Arquivo/Direto das Ruas)

Tiro no peito do filho - O histórico de Eder com a polícia, no entanto, começou bem antes. Em 22 de junho de 2019, o homem foi suspeito de tentar matar o próprio filho. Segundo depoimento à Polícia Civil, o estudante de 28 anos foi até a casa do pai para buscar alguns pertences, quando foi surpreendido por Eder Lincoln, que o viu em cima do muro e o ameaçou: “Se pular, vou atirar”. O filho respondeu: “Então atira”. O empresário, então, sacou a arma e disparou, atingindo o rapaz no peito.

Mesmo ferido, o jovem conseguiu ligar para a polícia e arrombar a porta da casa, na tentativa de impedir a fuga do pai. No entanto, não o encontrou — apenas uma funcionária estava no local. Ele foi socorrido e encaminhado à Santa Casa, sendo depois transferido para uma clínica.

Ainda de acordo com o relato, pai e filho tinham uma relação conturbada por causa de uma dívida que ultrapassava R$ 2 milhões. A mãe da vítima contou que Eder usou o nome do filho para fazer compras e empréstimos, chegando a falsificar a assinatura em um dos contratos. Antes do crime, no dia 2 de junho, o empresário ainda teria internado o filho à força em uma clínica psiquiátrica. O processo e julgamento do crime ainda estão em andamento.


Operação federal - Agora, cinco anos depois, o empresário voltou a ser alvo de investigação, desta vez em um esquema de corrupção e desvio de recursos da saúde indígena. A Operação Portare, deflagrada pela Polícia Federal em parceria com a CGU (Controladoria-Geral da União), apura contratos superfaturados firmados entre a Cunha Locação e o DSEI-Cuiabá nos anos de 2023 e 2024. Segundo a PF, o prejuízo aos cofres públicos é estimado em R$ 1,3 milhão.

A empresa foi constituída em maio de 2014, com capital social de R$ 30,5 milhões, e tem como atividade principal o serviço de transporte de passageiros, com locação de veículos com motorista. Um dos contratos sob investigação é uma licitação homologada em 2025, com valor de R$ 25 milhões. Há indícios de que a concorrência teve acertos prévios entre empresários e agentes públicos, além de pagamentos por serviços não executados.

Além de Campo Grande, a Portare cumpriu mandados em Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis (MT), Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e Boa Vista (RR). A operação foi aberta após denúncias anônimas que apontavam inexecução contratual, fraudes em licitações e pagamento de propinas a servidores do DSEI-Cuiabá para favorecer empresas específicas.

A PF segue com as investigações para responsabilizar os envolvidos pelos crimes de corrupção, fraude em licitação e desvio de recursos públicos.

Empresário preso com armas pela PF já baleou o próprio filho por dívida
Equipe sai de empresa com malote (Foto: Bruna Marques)

Receba as principais notícias do Estado pelo Whats. Clique aqui para acessar o canal do Campo Grande News e siga nossas redes sociais.