Entubada por covid, bebê de 2 meses aguarda por leito em UTI há mais de 8h
Hospital da Unimed não possui leitos específicos e regulação ainda não encontrou vagas nas unidades públicas
Há mais de 8h, os pais da pequena Kallyne Vitória Duarte de Oliveira, de apenas 2 meses, esperam por um leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para tratar a filha diagnosticada com covid-19.
Internada há uma semana no Hospital da Unimed, a bebê recebeu a confirmação da doença ontem. O quadro evoluiu para a forma grave durante a madrugada e, nesta segunda-feira, ela precisou ser entubada.
As últimas horas de angústia se somam há mais de 20 dias de internações constantes, conforme relata o pai da criança, Bruno Machado de Oliveira, 31 anos. Ela chegou a ficar internada na UTI da Santa Casa, recebeu alta, mas piorou e precisou ser internada na enfermaria da Unimed no mesmo dia. A contaminação pelo novo coronavírus tornou a situação ainda mais delicada.
De acordo com o vigilante, a necessidade da vaga, segundo a médica, era urgente, diante da situação sensível da criança que também é portadora de Síndrome de Down. “O pulmão dela estaria muito comprometido”, relatou o vigilante.
O hospital em que ela está internada, no entanto, não possui UTI pediátrica. Desta forma, é necessário recorrer aos leitos do SUS (Sistema Único de Saúde). De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), apenas a Santa Casa e o HU (Hospital Universitário) possuem vagas específicas para bebês em situações graves.
De acordo com o último mapa de leitos de covid-19, divulgado pela SES (Secretaria de Estado de Saúde), no dia 22 de janeiro, haviam quatro leitos de UTI pediátrica disponíveis no Hospital Regional, em Campo Grande, sendo um total de apenas 12 no Mato Grosso do Sul.
A Sesau confirmou que o pedido de transferência deste paciente chegou a Central de Regulação de Vagas, porém, até o momento, nenhuma vaga foi liberada.
