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Capital

Estudantes exigem demissão de professor condenado por estupro

Denúncia por violência sexual em festa universitária ocorreu em 2016 e gera revolta estudantil

Por Dayene Paz e Maria Gabriela Arcanjo | 20/08/2025 12:33
Estudantes exigem demissão de professor condenado por estupro
Estudantes com cartazes no campus da UFMS. (Foto: Henrique Kawaminami)

A prorrogação do afastamento de um professor condenado por estupro de aluna da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) reacendeu a indignação de estudantes. Em ato realizado no campus na manhã desta quarta-feira (20), vozes se uniram em protesto, exigindo a demissão imediata do docente, que segue recebendo salário mesmo após a sentença criminal.

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Estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) protestaram contra a prorrogação do afastamento de um professor condenado por estupro. O docente, que segue recebendo salário mesmo após condenação criminal, foi sentenciado a oito anos em regime semiaberto por violentar uma aluna em 2016. O caso envolveu uma estudante de Ciências Biológicas, então com 22 anos, durante uma festa universitária. A manifestação, organizada pelo Centro Acadêmico de Biologia, exige a demissão imediata do professor e critica a falta de divulgação dos canais de denúncia na instituição.

O caso ocorreu em 2016, quando a vítima, então com 22 anos, estudante de Ciências Biológicas, denunciou o professor por violência sexual em uma festa universitária. Segundo a investigação, ele se aproveitou da vulnerabilidade da aluna, a seguiu até um quarto e trancou a porta. Amigas da jovem conseguiram forçar a entrada e encontraram a colega nua, desorientada e em prantos.

Estudantes exigem demissão de professor condenado por estupro
Alisson Benites com cartaz nas mãos durante manifestação. (Foto: Henrique Kawaminami)

Nove anos depois, a condenação em primeira instância determinou pena de oito anos em regime semiaberto e pagamento de R$ 30 mil à vítima. Mesmo assim, o professor permanece na instituição, afastado por 60 dias - prazo que a UFMS prorrogou por igual período, conforme portaria assinada pela reitora Camila Ítavo.

A decisão revoltou acadêmicos. “A gente não vai ficar em silêncio, não iremos ficar quietos aceitando isso. Não temos medo de exigir nossos direitos”, disse a estudante Rebeca Garcia, 22 anos, durante o protesto. Ela destacou a falta de orientação da universidade sobre os canais de denúncia. “A UFMS fala que tem que denunciar na ouvidoria, mas isso não chega aos estudantes. O maior problema é não divulgar corretamente onde pode ser feita a denúncia”.

Entre os gritos entoados no ato estavam: “UFMS, vê se escuta: quem estupra não educa”, “demissão é pra já, estuprador não merece lecionar” e “se tem abuso, tem resistência. Estudantes contra a violência.”

Rebeca reforçou a empatia pela vítima e lembrou que qualquer mulher poderia estar em seu lugar. “Eu não a conheço, não sei o nome dela. Mas sei que ela é uma filha, pode ser namorada, esposa... Acima de tudo, ela é uma pessoa.”

O movimento partiu do Centro Acadêmico de Biologia. Alisson Benites, 35 anos, estudante de Ciências Sociais e integrante do diretório, explicou que estava em elaboração um ofício pedindo esclarecimentos sobre o PAD (Processo Administrativo Disciplinar). “No meio disso tudo, ainda houve a promoção do professor condenado. Isso é inaceitável. A lei precisa ser cumprida. Quando a Justiça condena um servidor por um crime tão grave, a UFMS deve agir de acordo com a moralidade administrativa. A pena é a demissão”.

Até agora, o professor segue afastado, mas sem perder o vínculo nem a remuneração. Para os estudantes, essa postura compromete a imagem da instituição. “Quem estupra não educa. Quem violenta não pode representar a universidade”, resume o coro que tomou os corredores da UFMS.

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