Comandante da PMA é preso com maconha em operação da Polícia Federal
Investigações apontam o uso do ramo de piscinas como fachada para movimentação de recursos ilícitos
A Polícia Federal prendeu em flagrante o comandante da Polícia Militar Ambiental de Amambai, Jefferson Vaz Estigarribia, durante a Operação Ajura, deflagrada nesta quarta-feira (20) em Mato Grosso do Sul. O oficial era alvo de mandado de busca e apreensão e acabou detido após os agentes encontrarem um quilo de maconha em sua residência.
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Comandante da PM de Amambai é preso por tráfico de drogas durante operação. A Polícia Federal prendeu Jefferson Vaz Estigarribia em flagrante após encontrar 1 kg de maconha em sua residência, além de veículos de luxo. A operação "Ajura" investiga grupo criminoso envolvido com tráfico e lavagem de dinheiro. A ação cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em MS e SP, visando desarticular a quadrilha financeiramente. Estigarribia, condecorado em 2022 com medalha de mérito na Assembleia Legislativa, teve bens bloqueados junto a outros investigados, totalizando 263 milhões de reais. A PM-MS afirmou não compactuar com desvios de conduta e que colabora com as investigações.
Na casa dele também foram localizados uma motocicleta Harley-Davidson e uma Toyota SW4. Os veículos, assim como outros bens apreendidos, integram o bloqueio judicial de R$ 263 milhões determinado contra o grupo investigado.
Em outro ponto da operação, em Dourados, a PF apreendeu uma caminhonete Cherokee blindada e um Chevrolet Onix. Segundo a investigação, os bens de alto valor eram mantidos como patrimônio obtido com recursos ilícitos.
O objetivo da PF é sufocar financeiramente a quadrilha, cortando o fluxo de dinheiro que sustentava a logística do tráfico de drogas. Parte dos envolvidos, segundo as apurações, atuava no ramo de venda de piscinas, usado como fachada para movimentação de valores.
Uma das empresas de piscinas de Amambai, alvo das ações, publicou nas redes sociais que ainda não tem maiores informações sobre o ocorrido e que aguarda orientações do advogado para esclarecimentos. A loja afirmou que continua funcionando normalmente.
Operação - No total, a Ajura cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em Amambai, Dourados, Ribeirão Preto e Jardinópolis (SP). O nome da operação faz referência a uma árvore nativa do Brasil utilizada na cultura indígena, simbolizando raízes profundas — numa analogia à estrutura enraizada do crime organizado que a PF afirma combater.
A ação é desdobramento de grandes apreensões de cocaína em Dourados nos últimos anos. Uma delas, em fevereiro de 2023, resultou na interceptação de 466 quilos da droga, encontrados pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em um caminhão carregado com óleo vegetal. A partir desse e de outros episódios, a PF identificou ramificações interestaduais voltadas ao tráfico e à lavagem de capitais.
Prisão de oficial da PM - Entre os alvos, chamou atenção a prisão em flagrante do comandante da PM de Amambai, Jefferson Vaz Estigarribia, durante buscas realizadas em sua residência. A detenção de um oficial de alta patente expôs a dimensão da operação e o alcance das investigações.
Em 2022, Estigarribia recebeu na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul a Medalha de Honra ao Mérito Coronel PM Adib Massad, concedida a profissionais da Segurança Pública e personalidades que atuam ou atuaram em prol da proteção e do desenvolvimento do Estado.
Posicionamento da PM - Em nota, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul informou que acompanha o caso e reforçou não compactuar com desvios de conduta de seus integrantes. A corporação destacou que “atua com rigor no combate à criminalidade e reafirma o compromisso com a legalidade, a ética e a transparência”.
A PM acrescentou ainda que eventuais condutas ilegais praticadas por policiais são de responsabilidade individual e não refletem o trabalho da instituição, que seguirá colaborando com a Polícia Federal e com a Justiça no andamento das investigações.
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