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Capital

Fechamento de psiquiatria da Santa Casa pode virar caso de justiça

MPE, deputados e médicos tentam nova reunião no dia 11 para discutir a situação

Izabela Sanchez | 06/09/2017 18:00
Reunião desta quarta no MPE definiu encaminhamentos para que a ala não seja fechada (Beatriz de Almeida)
Reunião desta quarta no MPE definiu encaminhamentos para que a ala não seja fechada (Beatriz de Almeida)

Após o anúncio de desativação da ala de psquiatria da Santa Casa, representantes do setor reuniram-se, na tarde desta quarta-feira (6), com o coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Constitucionais do Cidadão e dos Direitos Humanos do MPE-MS (Ministério Público Estadual), procurador de justiça Francisco Neves Júnior, para discutir soluções e apresentar denúncias sobre a ala.

Participaram do encontro deputados da Comissão Permanente de Saúde da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, defensoria pública e representantes dos psiquiatras. O grupo definiu uma nova reunião que ocorre na segunda-feira (11), junto à Santa Casa, para tentar um acordo. A possibilidade de ação judicial não é descartada, segundo o presidente da Comissão na Assembleia, deputado Paulo Siufi (PMDB).

"Primeiro ele [procurador] vai levar as denúncias e solicitações em nome da comissão e dos psiquatras para o Procurador-geral, e, inicialmente, marcamos uma reunião com a diretoria da Santa Casa. O Procurador vai falar pela gravidade, ele entende dessa forma, e, posteriormente, se não houver esse encontro de pensamento, aí vamos judicializar", comentou.

Ambulatórios também podem fechar

A informação de que ala seria fechada foi confirmada na terça-feira (5), pelo diretor-presidente da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), Esacheu Nascimento. O anúncio é mais um episódio da 'crise' declarada pela Santa Casa, que alega dificuldades financeiras e repasses insuficientes do poder público para atender as demandas do SUS (Sistema Único de Saúde).

Nesta quarta-feira, o diretor do hospital psiquiátrico, Enier Guerreiro da Fonseca, afirmou que a Santa Casa negocia a compra de seis leitos no ala privada do Nosso Lar para transferir pacientes. Os psiquiatras, médicos e residentes, criticam a falta de clareza nas informações e preocupam-se com o setor, que oferece mais serviços do que apenas a internação.

Médico residente na ala, Fernando de Freitas Monteiro, 27, participou da reunião com o procurador e relata que o fim do setor também encerra os ambulatórios. Esses locais, explica ele, atendem demandas específicas da psiquiatria, como atendimento à crianças, adolescentes e idosos.

"Temos uma fila de umas 6 mil pessoas, e isso sem contar os atendimentos dos pacientes que já estão sendo atendidos nos ambulatórios. Então, com certeza o fechamento envolve os ambulatórios, e é o maior prejuízo. Os leitos também vivem cheios, a rotatividade é grande, não significam 10 pessoas", explicou.

Fernando relata que, além dos leitos, os ambulatórios também foram reduzidos pela Santa Casa. "São coisas que nós sabemos, esse grupo atual de residentes está há 2 anos, mas nós sabemos que, historicamente, era muito mais movimentado", afirma.

O MPE-MS declarou, por meio da assessoria de imprensa, que o Procurador "se colocou à disposição dos presentes, que ficaram de protocolar na segunda-feira(11), documentos para subsidiar o Ministério Público Estadual".

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