Feira cultural é interrompida após reclamação de som alto na Praça do Peixe
Evento ocorre há três anos no Bairro Vilas Boas e teve gerador desligado durante fiscalização
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A Feira Mixturô, evento mensal realizado há mais de três anos no Bairro Vilas Boas, em Campo Grande, teve suas atividades interrompidas no sábado (13) após denúncia de perturbação sonora. A Polícia Militar Ambiental determinou o desligamento do gerador de energia, prejudicando expositores e comerciantes. O evento, que acontece na Praça do Peixe e reúne artesanato, gastronomia e atrações culturais, foi alvo de reclamação de um morador local. Segundo a organizadora Carina Zamboni, além da feira, outros estabelecimentos da região também foram afetados pela fiscalização. A feira retomará as atividades no domingo (14), sob risco de novas intervenções.
A Feira Mixturô, realizada há mais de três anos no segundo sábado de cada mês, teve as atividades interrompidas na noite deste sábado (13), no Bairro Vilas Boas, em Campo Grande. Por volta das 20h30, a organização precisou desligar o gerador de energia após a Polícia Militar Ambiental ir ao local para apurar denúncia de perturbação sonora feita por um morador da região.
O evento acontece das 17h às 22h na Praça do Peixe, na Avenida Bom Pastor e reúne expositores de artesanato, gastronomia, empreendedorismo e atrações culturais, com público familiar. Segundo a organização, o som usado é de música ao vivo no formato voz e violão, além de som mecânico em volume considerado baixo.
Vídeos divulgados nas redes sociais pela Carina Zamboni, organizadora da feira, mostram o momento em que a energia é desligada e expositores ficam sem condições de trabalho. “Fizeram a gente desligar o gerador e acabar com a energia da feira inteira. São famílias trabalhando. Muitas barracas precisam de energia para funcionar”, diz um trecho da gravação.
À reportagem, a organizadora explicou que a primeira orientação foi para desligar o som, o que foi feito sem resistência. No entanto, a situação se agravou quando houve reclamação também sobre o barulho do gerador. “Tivemos que desligar o gerador para fazer a aferição dos decibéis. A feira ficou sem energia por muito tempo, prejudicando todos. Quando foi liberado, já era tarde, na prática a feira tinha acabado”, afirmou.
Ainda segundo Carina, o gerador já havia sido mudado de local no início da montagem, após o mesmo morador reclamar do equipamento estacionado em frente à residência dele. “Mesmo mudando, não adiantou. Ele já tinha preparado um ofício, que o policial nos mostrou, com imagens de outras edições da feira retiradas das nossas redes sociais e até o banner de divulgação”, contou.
A organizadora também afirma que a denúncia não atingiu apenas a feira. “Não foi só com a gente. Outros bares da Bom Pastor, inclusive o da esquina, também tiveram o som interrompido. Ele sempre implica e chama a feira de baderna. É uma pessoa conhecida por causar esse tipo de problema no comércio da região,” disse.
Carina relata que, durante a abordagem, houve a orientação de que, caso o som não fosse desligado, os equipamentos poderiam ser apreendidos e a organização responderia por crime ambiental. “Isso gerou um desespero enorme. Desligar o gerador de forma repentina pode queimar equipamentos de food trucks. Sem energia, os expositores não conseguem trabalhar”, explicou.
A feira estava dentro do horário permitido quando a energia foi cortada. Segundo a organização, o evento volta a acontecer neste domingo (14), mas com receio de novas intervenções. “A polícia disse que vai voltar para fiscalizar e, se tiver som, pode acontecer tudo de novo. Estamos usando um espaço público de forma saudável, promovendo cultura, lazer e economia. São famílias trabalhando e outras passeando”, concluiu.
Até o fechamento da matéria, a Polícia Militar não havia se manifestado oficialmente sobre a ocorrência.
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