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Capital

Fiscalização aponta aumento de denúncias contra clínicas de estética avançada

Crescimento se deve à atuação de não habilitados, em locais clandestinos e com uso de produtos vencidos

Por Viviane Oliveira e Raíssa Rojas | 08/05/2025 10:45
Fiscalização aponta aumento de denúncias contra clínicas de estética avançada
No ano passado, jovem sofreu reação alérgica grave após fazer procedimento com biomédica falsta (Foto: Direto das Ruas)

As denúncias contra clínicas de estética têm aumentado mês a mês em Campo Grande, segundo Tatyana Weber Leite, auditora fiscal da Vigilância Sanitária Municipal e responsável pela fiscalização desses estabelecimentos na Capital.

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Crescem denúncias contra clínicas de estética irregulares em Campo Grande. A Vigilância Sanitária alerta para riscos de procedimentos estéticos realizados por profissionais não habilitados, em locais clandestinos e com produtos irregulares. Reações alérgicas, infecções, necrose e mutilações são alguns dos perigos. Fiscalização orienta a população a verificar a licença sanitária da clínica e a habilitação dos profissionais. Produtos devem ter registro na Anvisa. Preços muito abaixo do mercado devem ser vistos com desconfiança. Casos recentes, como a prisão de uma esteticista aplicando substância proibida e a investigação de uma falsa biomédica, ilustram os problemas do setor.

Na manhã desta quinta-feira (8), uma ação educativa foi realizada no cruzamento da Avenida Afonso Pena com a Rua 14 de Julho, no Centro, com o objetivo de conscientizar a população sobre os perigos de adquirir produtos e serviços estéticos sem controle sanitário. A iniciativa integra a campanha “Presente seguro é presente de amor”, realizada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), em alusão ao Dia das Mães.

Conforme Tatyana, o crescimento das denúncias está diretamente relacionado à realização de procedimentos estéticos avançados por profissionais não habilitados, em locais clandestinos, e com o uso de produtos de origem duvidosa ou vencidos. “Procedimentos como aplicação de toxina botulínica, preenchedores e bioestimuladores, quando realizados sem a devida regulamentação, podem causar complicações graves, até mutilações. É exatamente isso que queremos evitar”, afirmou.

A auditora reforça a importância de o consumidor verificar se a clínica possui licença da Vigilância Sanitária. “Se o local é licenciado, significa que já foi vistoriado e considerado apto para realizar os procedimentos ofertados”, explica. Outro cuidado essencial é confirmar a habilitação legal do profissional responsável. “Temos visto muitos casos de pessoas realizando procedimentos para os quais não têm formação adequada. A população precisa estar atenta.”

Fiscalização aponta aumento de denúncias contra clínicas de estética avançada
Sala onde Bruna Paniago atendia foi fechada pela Vigilância Sanitária (Foto: Divulgação/PCMS)

Outro ponto de atenção, segundo a fiscal, é a procedência dos produtos utilizados. Devido à proximidade com a fronteira, muitos estabelecimentos utilizam insumos contrabandeados ou fora do prazo de validade. “Todos os produtos devem ser registrados na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Produtos importados sem regulamentação representam um risco, pois não sabemos sua composição nem como foram fabricados”, alerta.

Sobre preços muito abaixo do praticado no mercado, Tatyana faz um alerta: “Na estética, o barato geralmente sai caro. Cada procedimento tem um custo mínimo. Se o valor estiver muito abaixo, é sinal de que algo está errado.” Segundo a Vigilância Sanitária, o setor de estética está entre os que mais registram crescimento no número de denúncias, tanto em Campo Grande quanto no cenário nacional.

Casos recentes reforçam a gravidade da situação. No mês passado, a esteticista Bruna Paniago de Almeida, de 31 anos, foi presa por aplicar a substância Lipostabil, proibida no Brasil, em pacientes. A clínica, que funcionava de forma irregular em uma sala alugada na Vila Piratininga, foi interditada pela Vigilância Sanitária.

Em outro caso, ocorrido no ano passado, Ana Carolina Brites, de 27 anos, que se apresentava como biomédica, foi alvo de investigação da Polícia Civil. Ela realizava procedimentos como botox e preenchimento labial, mas adquiria o ácido hialurônico de uma pessoa desconhecida nas redes sociais. Quatro mulheres apresentaram reações alérgicas ao produto, e o caso foi parar na delegacia.

Fiscalização aponta aumento de denúncias contra clínicas de estética avançada
Ex-paciente e denunciante mostra como ficaram narinas após rinoplastia feita por dentista (Foto: Reprodução)

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