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Capital

Interdição de aterro derruba em 90% a contratação de caçambas

Empresário teve que demitir funcionários e pátio estão acumulando caçambas vazias

Yarima Mecchi | 24/01/2017 11:45
Caçamba com material volumoso em Campo Grande. (Foto: André Bittar)
Caçamba com material volumoso em Campo Grande. (Foto: André Bittar)

O fechamento do aterro de entulho que ficava no Jardim Noroeste fez com que a contratação de caçambas caísse 90%. Sem um local para jogar o entulho, desde o dia 10 dezembro, mantendo o preço do aluguel a R$ 100 por caçamba, os empresário do setor estão com caçambas paradas nos pátios e até funcionários já foram dispensados.

Proprietário da empresa Limpa Obras, Francisco Pita, tem cerca de 70 caçambas paradas, das 185 que tem. Essa quantidade que antes estava alugada, ele conseguiu esvaziar no aterro sanitário Dom Antônio Barbosa II, com autorização da Prefeitura de Campo Grande, mas agora para alugar ele cobra R$ 280.

"Tenho que cobrar o frete, mais o preço para descartar o material em uma empresa privada. Ainda tenho que pedir para o cliente ir na empresa de descarte, fazer o cadastro, pagar o serviço e só depois eu levo a caçamba. Estamos com dificuldade na burocracia e no valor que é cobrado", destacou.

Ele afirma que antes alugava em média 50 caçambas por dia e que esse número caiu para 5. Entre os problema elencados por Francisco também está a falta de local adequado para o descarte do chamado entulho volumoso, ou seja, resto de árvores, móveis e demais materiais.

"Estou trazendo para o meu pátio. Quando a pessoa vai alugar só para entulho, eu alugo. A cliente fala que é entulho limpo e a gente avisa que se tiver volumoso não vamos levar. Tem que colocar medo para conseguir alugar".

Caçambas com material misturado não serão aceitas. (Foto: André Bittar)
Caçambas com material misturado não serão aceitas. (Foto: André Bittar)

Com 50 caçambas ao todo, Bruno Britto Curto, empresário do setor, disse que 10 estão paradas e 40 estão na fila para descarregar no aterro sanitário. "Nunca fiquei nessa situação de colocar minhas caçambas no pátio. Dispensei já os dois funcionários porque não tem como pagar. Um era diária e outro era carteira assinada, já fiz o acerto".

Ele ressalta que antes alugava uma média de média de 8 a 10 por dia, mas que atualmente consegue fazer um ou nenhum aluguel. "Estamos tentando um acordo com a CGEA Ambiental para negociar o preço cobrado e algumas burocracia. Os clientes não estão querendo aderir", ressaltou.

Empresas - Campo Grande tem duas empresas licenciadas que recebem apenas entulho, sendo a CGEA Ambiental, localizada na região do bairro José Abrão, cobra de R$ 120 para receber as quatro toneladas de entulho que cabem em uma caçamba, separar e armazenar o material para depois encaminhá-los para a reciclagem.


E a Progemix Resilix, que fica na Avenida Coronel Antonino, e trabalha com reciclagem de papelão, alumínio, pneus e madeira, além da fabricação de pré-moldados com restos de alvenaria, cobrando R$ 30 por caçamba deixada no local.

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