A longa jornada dos “invasores“ tomate e manjericão
Por Mário Sérgio Lorenzetto | 19/04/2025 07:00
As plantas e animais invasores de hoje serão os nativos de amanhã. A maior parte das espécies, animais ou vegetais, que hoje consideramos invasivas - humanos inclusive - adquiriram essa fama ao fugir de lugares nos quais o homem acreditava mantê-las enclausuradas ou era inóspito. Não existe essa coisa de nativo e invasor. É apenas uma invencionice ideológica. Para não deixar dúvida: babaquice para nos enganar, conceito malandro para expulsar branco bocó das terras que seus antepassados trabalharam e regaram com barris de suor.
Só presta se for vermelho!
Se botei pra quebrar no conceito de nativo e de invasor, agradando a direita, a cor vermelha deixará a esquerda contente. A trajetória do tomate não deixa dúvida: só foi honrado ao adquirir a cor vermelha. O tomate é uma planta de alto destaque na culinária italiana. O prato nacional de meus antepassados é a massa com molho de tomate e manjericão. Bem, o tomate, espécie nativa de uma região entre o México e o Peru, foi introduzido na Europa por Hernán Cortés em 1.540. Quando chega à Itália, em 1.544, é um fruto amarelo e recebe o nome de “pomodoro”, que significa maçã dourada. Para ser aceito, o pobre tomate, como acontece com tantos migrantes, terá de se adaptar, terá de ser vermelho. Antes, com a cor amarela (amarelo tipo Bolsonaro) era considerado tóxico. Depois, virou um ornamento. Só em 1.572, surge um tomate “fortemente vermelho”. A partir daí, tudo fica fácil na vida do tomate. Começa a ser usado para fins alimentares. Sim, o tomate, no conceito vestido de ideologia, é um invasor.
Se botei pra quebrar no conceito de nativo e de invasor, agradando a direita, a cor vermelha deixará a esquerda contente. A trajetória do tomate não deixa dúvida: só foi honrado ao adquirir a cor vermelha. O tomate é uma planta de alto destaque na culinária italiana. O prato nacional de meus antepassados é a massa com molho de tomate e manjericão. Bem, o tomate, espécie nativa de uma região entre o México e o Peru, foi introduzido na Europa por Hernán Cortés em 1.540. Quando chega à Itália, em 1.544, é um fruto amarelo e recebe o nome de “pomodoro”, que significa maçã dourada. Para ser aceito, o pobre tomate, como acontece com tantos migrantes, terá de se adaptar, terá de ser vermelho. Antes, com a cor amarela (amarelo tipo Bolsonaro) era considerado tóxico. Depois, virou um ornamento. Só em 1.572, surge um tomate “fortemente vermelho”. A partir daí, tudo fica fácil na vida do tomate. Começa a ser usado para fins alimentares. Sim, o tomate, no conceito vestido de ideologia, é um invasor.
Expulsem o estrangeiro manjericão!
O manjericão, tal como o tomate, é estrangeiro. Saiu do interior da Índia para chegar à Europa com as tropas de Alexandre Magno. Seu percurso é uma história de longa não aceitação. Ele teve de esperar de 350 antes de Cristo, até o século XVIII, mais de dois mil anos, até vê-lo em uma mesa italiana. No início, acreditavam que ele era responsável por estados de torpor e de loucura - um veneno. Comparado com o tomate, a trajetória do manjericão é de um sofrimento indizível. Triste manjericão, fugiu, durante séculos, da perseguição até entrar na santa macarronada.
O manjericão, tal como o tomate, é estrangeiro. Saiu do interior da Índia para chegar à Europa com as tropas de Alexandre Magno. Seu percurso é uma história de longa não aceitação. Ele teve de esperar de 350 antes de Cristo, até o século XVIII, mais de dois mil anos, até vê-lo em uma mesa italiana. No início, acreditavam que ele era responsável por estados de torpor e de loucura - um veneno. Comparado com o tomate, a trajetória do manjericão é de um sofrimento indizível. Triste manjericão, fugiu, durante séculos, da perseguição até entrar na santa macarronada.
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