ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
MAIO, DOMINGO  19    CAMPO GRANDE 18º

Capital

Interrogado por juiz, fonoaudiólogo admite que pediu para menino “baixar cueca”

Acusado também disse que não sabe o que passou na cabeça dele e que se arrepende do que aconteceu

Ana Beatriz Rodrigues | 16/12/2022 16:02
Wilson Nonato Rabelo Sobrinho chegando na delegacia. (Foto: Henrique Kawaminami)
Wilson Nonato Rabelo Sobrinho chegando na delegacia. (Foto: Henrique Kawaminami)

O fonoaudiólogo Wilson Nonato Rabelo Sobrinho, de 30 anos, acusado de estuprar crianças durante os atendimentos, passou pela primeira audiência na 7° Vara Criminal de Campo Grande. O interrogatório, sobre o caso de paciente de 8 anos que teria sido abusado no consultório médico, aconteceu na última quarta-feira (14).

O Campo Grande News teve acesso ao conteúdo da audiência. Por videochamada, Wilson respondeu a perguntas do juiz Mário José Esbalqueiro Júnior e do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul). Negou que tenha tocado no paciente e admitiu que certa vez “apenas” pediu para o menino “baixar a cueca”.

O juiz perguntou porque ele tinha feito aquilo e o fonoaudiólogo não soube explicar. Disse que não sabe o que passou na cabeça dele e que se arrependia muito do que aconteceu, mas negou o fato de ter encostado no menino como foi narrado pela mãe e pela própria vítima no dia em que o profissional foi preso, no dia 9 de março deste ano.

O acusado alegou ainda que no dia em que aconteceu a prisão flagrante o menino já estava “diferente” e que ele foi levado na consulta por um tio, coisa que nunca havia acontecido.

Durante o atendimento, segundo narrou o fonoaudiólogo, o garoto pediu para ir ao banheiro e assim que voltou, ficou com semblante como se estivesse procurando alguém. Foi quando em seguida o tio entrou na sala, já acompanhado da mãe do garoto e o paciente disse aos responsáveis que o fono havia tocado nele.

Ele também ressalta que a mãe da vítima se alterou e jogou o computador dele no chão. O tio partiu para a agressão e ele não fugiu. Fez questão de dizer que esperou a polícia chegar porque não havia feito nada errado naquele dia e queria esclarecer os fatos.

Sobre as imagens de cunho pornográfico que foram encontradas no computador do acusado, Wilson foi orientado pelo advogado a não responder sobre o assunto.

O caso - O fonoaudiólogo foi indiciado em 7 inquéritos policiais por estupro de vulnerável (artigo 217) do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). As vítimas têm entre 4 e 8 anos de idade, todos meninos, que foram atendidos por ele em sessões de fonoaudiologia.

Conforme a investigação, Wilson aproveitava do fato de estar sozinho com as crianças, passava a mão nelas, se masturbava e ainda filmava alguns dos abusos praticados.

O estopim - O fonoaudiólogo foi preso no dia 9 de março, na clínica onde ele atuava, depois que a mãe de um dos pacientes dele o denunciou pelos abusos sexuais. A mulher conta que foi avisada pelo outro filho, de 10 anos, o que acontecia com o caçula.

Ela foi até o estabelecimento, aguardando na sala de espera, até que o garoto de 8 anos saiu correndo da sessão, dizendo que o profissional havia passado a mão nele.

A PM (Polícia Militar) foi acionada e depois da divulgação do primeiro caso pela imprensa, vários pais começaram a procurar a polícia. Durante a investigação, foram ouvidas pelo menos 40 crianças atendidas pelo fonoaudiólogo.

Nos siga no Google Notícias